Que euforia, até sinto meu coração palpitar, o sangue correr vivo pelo corpo, um arfar desenfreado. Enfarto? Não, de forma alguma, meu peito dispara por voltar a escrever no blog.
Fiquei afastado e dane-se, não vou explicar nada, nenhum problema, apenas achava que não era para postar, mas agora retomarei o ritmo de antes e vou encher o saco de todos com textos meus e de grandes escritores de verdade.
Primeiro: dar às boas vindas ao Bruno e ao seu belíssimo poema de e. e. cummings, não sei se já postei aqui, mas há uma música do Zeca Baleiro que em cima de um de seus poemas, o nome é "Nalgum Lugar", a 'letra' é de cummings, Zeca recita-a com um acompanhamento lindo de violão.
Segundo: esse cruzeiro deve estar sendo incrível, quem dera eu ter tido oportunidade para ir junto.
Terceiro: lindo poema, Rodrigo, já havia lhe dito isso antes, mas retornarei a dizer, você foi um dos que me inspiraram a começar a escrever, e espero um dia escrever como você.
Agora ao que interessa, QUATRO poemas meus, que horror!, pra vocês voltarem a morrer de saudade da época em que passei afastado, hahaha.
Poema VIII (Ricardo José)
Um calor forte ainda
Exalava do meu corpo,
Ressoando na voz do tempo
Uma vontade, um desejo
Intransponível de entender
Na natureza uma verdade
indefinível, desejável.
Entender o lamento
Escrito ao redor
Das estrelas e ao
Sabor doce e delével
De um amor irrestrito,
Escrito por nossos beijos.
Nossos lábios sabem mais
De nossas histórias
Que nossas vidas.
Nossos olhos já viram
Amores o suficiente
Para se cegarem,
Mas não poderiam viver um dia
Sem contemplar a lua
No teu corpo.
Pétala de Rosas (Ricardo José)
Sento-me debaixo das árvores
E tento ouvir o deslocar das nuvens,
Mas me perco com o canto dos pássaros
E o cheiro de água límpida.
Sinto a brisa calma e generosa
Entregar-me esperança, e vejo
O hesitar do sol ao se pôr.
Vi do topo da árvore
Como meu mundo é pequeno.
Não encherguei cores,
Não ouvi melodias.
O ínfimo de minha vida
Cabia numa pétala de rosas
E a chuva apagava a
Aurora sem nome.
Pretérito (Ricardo José)
Passava pelas horas
Tardias, envoltas em
Teu perfume.
Sorria vendo teus
Lábios entreabertos,
Sussurrando, chamando
Os meus.
Beijava teu corpo
Suave. Sonhava tendo-te.
Amava, imperfeito.
Amo num presente
Impossível de pretérito.
Soneto de Você (Ricardo José)
Como uma chuva cálida,
Morna, teu choro rolou meus dedos,
E suave meu pranto eterno
Fez-se efêmero em teus lábios.
Ao som da lua distante
Meus pensamentos vagueiam,
Náufragos e sinceros,
Numa insustentável você.
E se de noite ouço sua voz,
Meu sono parece infantil,
Transbordando você,
Mas se de repente acordo,
Faz sentido minha loucura
Já que não tenho você.
Suficiente
Há 10 anos
São 4 poemas separados que juntos parecem continuação de uma história...
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