quinta-feira, 21 de julho de 2011

"Não deixe o Blog morrer, não deixe o Blog acabar..."

Salve colegas de trabalho e assistentes de palco, eu sei que hoje não é meu dia (nem sei se ainda existe essa parada dos dias) mas não aguentava mais ficar sem postar. Estava esperando meu amigo Ricardo revisar este pequeno conto que lhes encaminharei a seguir, porém, devido à sua conturbada vida de universitário, ele não pode faze-lo, então postarei o texto como o escrevi, perdoem meus erros de continuidade e gramática, ainda sou um iniciante na prosa. Enfim, sem mais delongas, vamos ao texto:


À Mãe Natureza

Subo correndo as escadas, com a blusa colada no corpo, devido ao suor, vim correndo da casa dela até aqui. No quinto andar procuro o 512, bato 3 vezes apressadamente e ouço a voz do Marcelo: - Já vai !! – Vem logo porra! – Quase grito para o prédio inteiro. Ele abre a porta e diz: - Quié cara? Te falei pra você não voltar aqui, você quer me fuder ?
- Eu fiz cara – digo – Meti três balas no bastardo, só que eles estavam na cama e a Joana pulou na frente no quarto tiro, foi em cheio no coração dela, merda cara, não queria acerta-la, eu fiz isso tudo por ela, eu a amo, consegui matar a única pessoa que já amei na porra da minha vida. Marcelo já me olhava com carará de raiva, seu rosto parecia um tomate de tão vermelho, ele disse: - E você veio pra cá, seu idiota ? Só porque eu te vendi esse “ferro” não quer dizer que eu seja responsável pelas suas merdas. Dá o fora da minha casa antes que eu quebre a sua cara – Nisso ele já estava me empurrando porta a fora. E agora? O que fazer? Pra onde ir? Me entregar? Jamais! Sempre fui ensinado, por meu pai, a agir como homem, mas o que fazer? Se eu for para cadeia simplesmente não vou conseguir sobreviver uma semana, imagino a cena, o playboy da Zona Sul virando putinha de marginal no xadrez. Foda-se o que meu pai disse, o único jeito de salvar meu rabo é acabando comigo mesmo antes deles, nada mais vale a pena mesmo, eu matei a Joana e não posso agüentar os, no mínimo 20, anos de reclusão por um duplo homicídio, merda deveria ter sido só um, merda Joana.
Decidi que ia me matar, mas como fazer isso? Pensei na ponte da cidade, um lugar alto, deserto e com uma porrada de pedras pontudas no fundo do mar, uma queda dali é tão fatal quanto um acidente de carro.
Começo a andar em direção a ponte, como um condenado atravessa o corredor da morte, “homem morto passando” penso. As ruas estavam desertas, já passa das 3 da manhã. Começo a sentir um aperto no coração ao lembrar da minha história com Joana. Da primeira vez que a vi...
Lá estava ela, com os livros do curso de direito na mão, atravessando o campus, e eu, com os meus de arquitetura na mochila, parei um pouco para admirar aquele pedaço do céu passar por perto de mim, eu sabia que era ela, tinha que ser. Não demorou muito para começarmos a nos ver, como amigos, eu era muito idiota para dar em cima dela tão descaradamente, como faziam os outros “amigos” dela, principalmente o Carlos. Me doía ver que ela se interessava mais pelos cortejos vulgares dele do que das minhas inocentes demonstrações de afeto, por que ? Por que ele era o comedor de olhos azuis e tanquinho e eu era o esquisito nerd q eu só tirava dez e pensava num futuro com ela? Agora penso assim, antes estava cego.
Um dia resolvi que não dava mais pra segurar tudo calado, eu tinha que dizer o quanto a amava. Preparei tudo, chamei-a para um jantar em um restaurante muito caro, dinheiro nunca foi problema pra mim e minha família, comprei-a um colar e me declarei, disse-lhe tudo o que sentira, o quanto a amava e quanto sofria por segurar isso apenas para mim, Vi o rosto dela se tornar um poço vermelho de vergonha, ela procurou não ser indelicada, mas acabou sendo, me disse que só queria minha amizade e que não sentia absolutamente nada por mim. Ela foi para casa e não devolveu meu colar.
A dor foi tanta que por uma semana não sair do meu quarto, me tranquei com litros de vodka barata e revezava entre os cigarros, os goles, as lágrimas e o pensamento nela. Senti pena de mim mesmo, decidi tentar recomeçar, voltei para a faculdade e, para meu sofrimento, descobri o quanto meu mundo havia mudado nessa fatídica semana.
Não demorei muito para esbarrar com Joana, e para minha total decepção, com Carlos, segurando sua mão, beijando sua boca, cheirando seus lindos cabelos.
Nada mais valia nesse mundo, corri pro bar mais próximo para tentar afastar a dor com o álcool. No bar, chorando, conheci Marcelo, um traficante fudido e asqueroso da região, que me ofereceu um traçado de coca pra botar a cabeça no lugar. Dois dias em contato com a vida tóxica de Marcelo bastaram para que minha decepção virasse ódio, não contra Joana, mas contra o merda do Carlos, que só ficou na espreita esperando que eu saísse de cena pra atacar. Pedi uma arma para Marcelo que me ensinou como carregar e mirar e me disse que se desse merda, não era para procurá-lo tão cedo, que eu estria sozinho nisso, mesmo assim, insisti, afinal a honra de um homem se lava com sangue.
Os segui até a casa dela, onde provavelmente eles iriam passar a noite toda trepando e rindo da porra da minha cara de idiota. Malditos, mas eu ainda a amava, só sentia raiva daquele sorriso falso de cupido daquele filho da puta, que ganhou minha amada. Dei um teco, que reagiu imediatamente com os copos de Whiskey que eu havia tomado, não conseguiria fazer aquilo sóbrio.
Fui, com a ajuda de uma chave de fenda, arrombando as portas e a cada passo o som dos gritos de prazer dela eram mais altos, os gritos que deveriam ser pra mim. Abri a porta do quarto, vi Carlos em cima dela e deixei meu dedo pensar por mim, um nas costas, quase nas nádegas que o fez virar e me ver, confesso que senti um frio ao ver seus olhos em pânico, mas continuei, o segundo pegou de raspão no braço, o terceiro foi no tórax, disparei o quarto só pra garantir e ela pulou na frente, como se fosse blindada, como se pudesse me parar. O sangue do buraco em seu coração era grosso e jorrava rápido, olhei para o seu pescoço e vi o colar de ouro com pingente de coração que eu a havia dado, subi um pouco a vista até seus olhos que já estavam vazios de vida, cheios de morte e sangue. - Merda, merda, merda - pensei apavorado, - fodi tudo -, joguei a arma e a chave de fenda na cama e corri...
Estou aqui agora em cima do parapeiro da ponte, ouço umas sirenes ao longe, devem ser pra mim, mergulho de cabeça, e enquanto caio penso: - A mãe natureza sempre ganha, os machos sempre duelam até o fim pela mesma fêmea, e quando você perde, a “tão frondosa” natureza faz questão de esfregar na sua cara que você perdeu – Dor, sangue, cegueira, morte... Que o mar julgue e lave meus pecados.




Espero que gostem tanto de ler quanto eu gostei de escrever. Confesso que recebi influências claras do livro que estou lendo, O Chefão de Mário Puzzo (o livro que deu origem a trilogia do Poderoso Chefão).

Meus amigos, ainda estou em débito com alguns textos do blog, os lerei em breve. Espero do fundo do meu coração que o Bar dos Amigos não feche tão prematuramente, e nem que fique abandonado criando teias de aranha e poeira nos copos, onde antes repousava o líquido amarelo da vida, também conhecido como: cerveja.

Bom, é isso, até mais

terça-feira, 5 de julho de 2011

Prece a Poesia

Primeiro de tudo peço desculpas pela minha ausência na semana passada, mas realmente não tinha o que postar, e não fui assaltado por alguma indignação política recente para escrever (apesar de tê-las várias, apenas não vieram o suficiente para serem escritas). Este é o problema de ter obrigatoriedade de postagem, às vezes não tenho o que postar, e mesmo tendo alguns poemas ainda não 'publicados', nem sempre sentimos vontade de postar algo antigo.

Enfim, comecei a escrever o seguinte texto no ônibus em quanto voltava da faculdade, rascunhando algumas coisas no celular, ao voltar para casa terminei. Bem, espero que gostem, e como sempre, estou aberto para comentários e afins.

Abraços e, espero, até semana que vem!

Prece a Poesia (Ricardo José)

Se a poesia algum dia servir para algo, peço-a que embeleze a cinza ruína das cidades, que seja como primavera no outono de laços humanos, veraneie o inverno de mortes esquecidas, apague a pobreza do espírito e a miséria do material, extirpe a fome dos homens que abusam, acabe a fome que mata, as barrigas inchadas de miséria e fome e seca, seja como o sol da manhã e ilumine os sem caminho, os perdidos, os ausentes, os mortos, e principalmente os vivos, semeie na tristeza alguma alegria - qualquer alegria. Acabe com a angústia de se enforcar na morte calada da solidão, da noite pérfida e cruel das almas desesperadas, dos corpos mudos de afeto, surdos de empatia, eternamente cegos...

Salve-as, poesia. Salve o contorno das mulheres, a inocência dos que nascem, a inteligência e a honra dos que viveram, a sanidade dos que vivem. Salve a escuridão do mar no final da noite, que é para os homens se lembrarem de como são pequenos, como são ínfimos, como são efêmeros. Salve a lua, mas a esconda de vez em quando, que é para ter qualquer motivo de tristeza, pois, como após a última nota sempre se repete a primeira, da tristeza deve nascer qualquer motivo de alegria. Salve as cores, mas não o preconceito, salve as diferenças, mas não a segregação, salve a humanidade. Salve tudo em suas palavras.

Sei que te peço muito, mas salve o mundo das palavras duras que matam, que fazem chorar, abjetas, ávidas por corroer o pensamento, as ações, os símbolos, os significados, as ideologias, a realidade. Salve o mundo do desafeto e do discurso fácil de fascismo e ditadura, de morte e roubo, de sangue e caos. Salve-os do afogamento, dos esquecidos, dos partidos, dos arrependidos, da inanição, da guerra, da morte que é o fim de tudo, dê-lhes, poesia, dê-lhes um motivo pelo qual viver a morte, faça-os acreditar na mudança, no mundo, na existência, sussurre-os teus versos, tua arquitetura, tuas linhas tortas, teu corpo de contornos suntuosos, macios, atrevidos, tímidos como desejosos amantes, tua rima sem rima, tua transitividade sem complemento, tua oração sem verbo, tua frase sem palavra, tua expressão sem sentido e sem pontuação, seu sentido inevitável, imponderável, incorruptível, eterno.

Discorro em prosa, poesia, eu sei... Pois no fundo acho que esteja morta, ou se não, esqueceu dos seus profetas, deixou-os loucos, esperando seu retorno. Você veio, poesia? Você alguma vez veio? Afinal, você existe? Por favor, exista... Exista mesmo que ilusão, mesmo que ideologia. Não! Exista como ilusão, como ideologia! Salve os sonhos da realidade, permita-os sonhar, poesia, permita-os sonhar uma vez... Sempre...

Desculpe, poesia, mas ao menos salve o significado do amor, que mesmo no teu dicionário frio é como poesia.

sábado, 2 de julho de 2011

Arabutã

 BR116

Olhava as pessoas passarem, correndo, com suas malas e pressas, suas vidas apenas deixadas para trás, observava pessoas que estavam extremamente felizes pelos reencontros e passeios, encontrava pessoas extremamente tristes, mas ele era o único que percebia que ali haviam emoções, sentimentos, compassos, uma verdadeira dança que ele sabia dançar.
A senhora veio em sua direção  lhe deu um salgado para comer.
- Não se preocupe moça, eu tenho comida aqui na mochila.
- Marta.
- Não entendi.
- Meu nome é Marta, não moça. - Um sorriso de canto saiu.
Ficou calado olhando para frente, tentando fingir que já não estava mais ali. Ela olhava fixo para desconcertá-lo.
- Que foi?
- Qual o seu nome?
- Não tenho nome moça... Desculpe... Marta.
Ele não queria seu nome, seu nome não o pertencia, não era da mesma família que a irmã porque o mudaram, o forçaram a mudar o nome, do mesmo modo que o forçaram a se separar da irmã.
Então uma lagrima escorre de seu rosto, toma coragem.
- Mateus.
- Tudo bem Mateus, vamos comprar as passagens.
Eles andaram até o guichê, caminho longo. Ele andava observando a imensidão da viagem, o tamanho daquele lugar.
- Filho, pegue sua identidade, você vai precisar.
Os dois compraram as passagens, o ônibus ia demorar um pouco. Então ela resolve tirar a dúvida.
- Qual o nome da cidade?
- Arabutã.
- Só um minuto
E ela se afastou o que deu tempo de pensar na viagem que iria fazer, imaginava, obviamente, o mais fácil, ir para Caxambu e depois de carro para Arabutã com o marido da Marta.
- Mateus, essa cidade, bem, ela fica aonde?
- Não sei. Só sei o nome na verdade.
- O moço do guichê falou que não tem ônibus para essa cidade, mas disse algo sobre cidades próximas.
- Mas eu não sei.
Ela olhou para os olhos inocentes do adolescente de 15 anos que não sabia nada além do nome. Sua generosidade e pena fez mudar o sentido de sua viagem.
- Quando encontramos meu marido nós vamos ver onde fica Arabutã.
Um sorriso veio ao rosto dos dois e foram conversando, conversaram sobre tudo, menos da profundidade dos segredos de suas vidas. O que tinham que revelar e o que não foi falado.
Já no ônibus para Caxambu, ele só olhava a vista, não fazia mais nada.
- A sua identidade, tinha o nome do seu pai e da sua mãe, o que aconteceu com eles?
- Não sei, eu e minha irmã fomos deixados em um orfanato.
- Vocês foram adotados?
Arregalou os olhos e pensou muitas vezes antes de responder, não queria se entregar, se ela soubesse, estava morto, não por receber castigo dos pais, mas por demorar mais algum tempo até poder ver a irmã.
- Sim, eu fui, mas... Mas eles também desistiram de mim. - Ele não sabia mentir, não podia mentir e também não queria, mas quando se tratava do seu coração, a sua cabeça fazia o certo.
- Meu Deus! E sua irmã?
- Foi adotada e está em Arabutã.
- Tem um monte de coisas que não se encaixam nessa história. - Ele gelou, começou a tremer e tentou criar a melhor história de todas em sua cabeça enquanto ela ia perguntando.
- Primeiro você devia ter voltado ao orfanato, e ninguém ligou que você saiu, segundo, se sua irmã foi adotada...
Uma freada brusca do ônibus jogou os dois para frente e uma sirene forte parava ao lado deles.
Mateus queria naquele momento ajuda, mas se Marta descobrisse ela não iria hesitar em falar a verdade para a polícia, enquanto os múrmuros no ônibus cresciam cada vez mais, ele pensou em sua irmã e imaginou que estaria sozinha, com saudades de seu irmão mais velho, desesperada para sair da casa de duas pessoas que nem ao menos conheciam seus sonhos. Então teve um idéia.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Apoio esse cara

obs: como não postaram terça coloquei esse video, já que não postei domingo

http://www.youtube.com/watch?v=Wq300dD-6PM&feature=player_profilepage


http://www.youtube.com/watch?v=m2gzvG-dKng&feature=player_embedded



concordo plenamente...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Junho - Stab

Desde o mês passado eu to ouvindo direto Planet Hemp mas esse mês foi todo dia pelo menos uma música, som de boa qualidade. Então nada mais justo do que escolher uma música deles para resumir o mês. Confesso que foi difícil escolher porque 95% das músicas deles falam de nhacoma e não é o ponto que eu queria exaltar.

Stab é uma música, que apesar de também citar o boldo, tem uma melodia muito cativante, da pra viajar legal ouvindo. A letra faz diversas críticas sociais e mostra que a paz é o melhor caminho. Peço para quem for ouvi-la que faça sem preconceito porque ela é muito bem feita.



Frase da Pesada: "Entra Fernando e sai Fernando e quem paga é o povo, que pela falta de cultura vota nele de novo. E paga caro, com corpo e com a alma, e entrega nas mão de um pastor, pra ver se salva. Com a barriga vazia não conseguem pensar, eu peço proteção a Deus e a Oxalá."




Se alguém se interessar pela letra completa: www.letras.terra.com.br/planet-hemp/76617/

sábado, 25 de junho de 2011

Existência de Menino

Um pequeno conto poético que escrevi no existência



Um menino, um menino normal, andava saltitando pelo corredor. Uma menina, uma menina bonita, parava de saltitar.
- Aonde você aprendeu isso? - Perguntara a menininha linda.
Ficou quieto, o frio chegou a sua barriga. "Deu um branco no meu estômago, ela falou comigo!". Nenhuma palavra foi pronunciada.
- Vamos brincar que estamos num trem!?- Ela deu a ideia.
- Que tal continuarmos a andar assim, juntos?
Ela respondeu que sim com gestos e enquanto andavam, pulavam, saltitando, como qualquer criança faz. Desceram uma rampa, encontraram a saída e seguiram em frente. Quando o menino, menino bonito, olhou para trás, a menina, menina normal, havia sumido.
O menino já um pouco crescido encontrou outra menina, menina essa que pegou seu coração.
- Mas... de quem mesmo você gosta? - Ela perguntara.
- Já falei, de você.
- Impossível, é brincadeira!
Com seu coração na mão, rejeitou-o e o jogou no chão. Ele tentou ignorar, fez os anos passarem, até encontrar, outra menina, menina essa desenvolvida, mas a atração era puro visual, nem mesmo a conhecia. Depois que dançou com ela num baile, simulou um tiro no coração, mas quem o ajudou foi outra menina, por quem se apaixonou.
- Você mentiu pra mim! - Ela retrucou.
- Não menti, só tive medo.
- Acho melhor esquecermos isso.
O menino, menino chateado, menino normal, esqueceu essa menina. Depois de esquecê-la, jurou junto a Deus não amar mais ninguém, para não se machucar mais.
Mais veio uma menina, menina triste, que se apegou ao menino e o menino no apego esqueceu-se de seguir o texto, e a menina se foi, porém voltou, descobrindo os dois que o sentimento não acabou.
- Não sei mais de nada. - Disse ela.
- E o que eu posso fazer?
- Me dê um abraço!
Menino que um dia foi criança, foi menino e que agora encara seu próprio adulto. Menino de várias faces, de várias dúvidas, de vários aprendizados e ideologias, menino que se espelha em busca do real, menino que acredita na mentira alheia, mas depois aprende de forma normal. Menino que sabia como cantar, mas não sabia assobiar, menino que tinha medo de ser, quando descobriu que era. Menino que acha que o amor é como um computador. Menino pra sempre, meu caro menino, você vai encarar nessa vida um outro menino achando que não é menino. Sua simplicidade menino é sempre saber que para sempre será menino.
E ele, menino encontrado, voltou a saltitar sem a conclusão do termo amar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quase

Quase

Eu quase choro
Quando quase durmo
E quase vejo seu rosto em meus sonhos.

Quase digo que não te amo,
Quase arranco você de minha alma,
Quase consigo viver em paz,
Mas quase morro se sua voz o vento me traz.


poeminha curto, só pra pra não falar que não postei

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ditadura e Sigilo Eterno

Este post nasce de uma indignação, portanto devo avisar - o que deveria fazer em todos os meus textos do blog - que o texto abaixo diz respeito à minha opinião, e não a do blog ou dos seus demais participantes.

Nesta terça-feira, 21/06/2011, 17 ex-militares foram expostos a julgamento devido a "participação direta em tos de repressão e violência durante a ditadura militar no país (1966-1973)" (O Globo - Online). Para quem não sabe a Argentina teve diversos golpes de Estado ao longo do século XX (ao todo foram 6, todos feitos por militares), acabando por se tornar uma democracia fragilizada frente a tantos golpes. Isto torna ainda maior o seu mérito por conseguir julgar e prender ex-militares que tiveram participação nas torturas, mortes, sequestros, etc.

Outros países latino-americanos também já estão aderindo a esse 'movimento' (infelizmente não conheço todos e nem de outros continentes), a exemplo o Chile e o Uruguai, que já julgaram e também prenderam.

Infelizmente no Brasil não vejo uma tentativa mais empenhada de julgar esses ex-militares. A Comissão da Verdade, que é uma tentativa de expor à sociedade civil relatos da Ditadura e possivelmente o que aconteceu com diversos cidadãos desaparecidos nessa época, infelizmente ainda vem sendo discutida a sua criação... A tempo demais...

Felizmente hoje desistiram de discutir a possibilidade de manter em sigilo eterno documentos oficiais sobre a história do Brasil, devido ao protesto de quase todos os representantes e da oposição. O que me surpreendeu foi o fato de os dois presidentes pós-redemocratização terem incentivado o sigilo. Não que Sarney e Collor sejam presidentes exemplares (maior eufemismo e ironia do mundo). Este sigilo seria uma forma de não chegar à sociedade civil, e também ao exterior, os podres que ocorrem e ocorreram na política brasileira e internacional.

A maior ligação que eu pude fazer para que quisessem o sigilo foi com a Ditadura Militar. Não é segredo que o EUA financiou e apoiou a Ditadura (em praticamente toda a América Latina), com o consentimento dos países europeus ocidentais, o bloco capitalista. E que nessa quebra de sigilo fossem expostos documentos oficias (com maior credibilidade do que os do WikiLeaks) sobre a participação do governo estadunidense na morte, agressão, seqüestro e tortura de diversos brasileiros, e até mesmo no detrimento das políticas públicas, influenciando no estagnamento e retrocesso de diversos indicadores sociais.

Outro ponto importante, e esse foi apontado por Sarney e Collor, seria o da Guerra do Paraguai. Essa guerra foi um verdadeiro fracasso para o desenvolvimento da América Latina e da sua possível libertação econômica dos centros capitalistas. Brasil, Argentina e Uruguai eram extremamente dependentes da Inglaterra, e essa precisava da economia subdesenvolvida da América Latina, de sua mão-de-obra desqualificada e grande número de consumidores. O Paraguai, entretanto, estava se mostrando extremamente desenvolvido e independente economicamente, com altos índices sociais. Após uma luta claramente covarde, o Paraguai nunca mais se levantou da queda, permanecendo de joelhos como os demais países da América do Sul.

Portanto, a meu ver, se fosse aprovado o Sigilo Eterno diversas potências (ainda e sempre imperialistas) continuariam escondidas, tornando a discussão quase que irrelevante, apenas ‘coisa de gente de esquerda’.

Felizmente não foi aprovado, e eu particularmente espero que os relatos da Ditadura sejam expostos e os ex-militares presos por seus crimes. Não é vingança! Apenas justiça. Não se deve esquecer o período e nem as implicações sociais, políticas, econômicas e históricas em que ele se deu, culminou e proporcionou.

Para quem se interessar pelo assunto, recomendo mais do que avidamente a leitura do livro "As veias abertas da América Latina", escrito pelo Eduardo Galeano, que pesquisou a fundo a questão da dependência econômica e do eterno subdesenvolvimento e a falácia do termo 'em desenvolvimento'. Leiam!!!

domingo, 19 de junho de 2011

Em busca da luz(A história de Pedro Ike)

Capitulo 5 – Fora da caverna


-Abram caminho, abram caminho!

Passa a maca levando uma moça grávida, acompanhada de enfermeiros e um homem desesperado.

-NÃO LARGUE MINHA MÃO SEU VIADO!

Então eles entram na sala de parto e o homem é aconselhado a deixar a sala, porém a mulher não o deixa sair. E assim começa o trabalho de parto, após uma hora e meia...

- UÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉH

A moça recebe o bebe em seus braços e da um sorriso e olha para o homem ao seu lado e diz:

- Tem os mesmo olhos do pai, então terá o mesmo nome dele, Pedro Ike

-Querida cheguei!

-Oi querido, Pedro quase disse sua primeira palavra hoje

-Aposto que foi mamãe

-Na verdade nem mamãe, nem papai, acho que foi Rolllllll. Os dois riem

Após a risada a face de Pedro toma uma expressão séria.

-Irene, eu tenho que falar com você sobre aquilo... o tempo já esta chegando...

-Querido, você não pode abandonar a gente assim, ainda mais quando o Pedro esta nessa idade.

-Querida, eu devo partir logo quando ele esta desse tamanho, porque se ele se lembrar de mim, vai ser pior para ele, e para mim... eu vou continuar ajudando a família com dinheiro.

Ela deixar cair o prato que segurava, quebrando-o em varias partes.

-DINHEIRO NÃO COMPRA O PAI QUE ELE VAI PRECISAR, QUEM VAI SER O HOMEM EM QUE ELE VAI SE ESPELHAR, O VIZINHO BÊBADO AQUI DO LADO?

O bebe começa a chorar e logo a sua mãe o pega no colo e começa a acalmá-lo.

-Querida você sabe que eu não queria que fosse assim, você sabe o meu trabalho, você sabe que eu tenho que fazer isso. Ele se aproxima dos dois.

-Eu sei... eu sei querido...

O pai abraça então sua mulher e seu filho juntos. E então a figura do pai desaparece e o filho cresce agora abraçando sua mãe, já com cabelos grisalhos e grávida.

-Mãe eu acho que já faz oito meses, o bebe já vai nascer!

-Não vai não querido, só na semana que vem segundo os médicos. Então os dois se sentam no sofá.

-Mamãe, eu sempre quis saber, porque meu pai partiu, e quando?

-Querido, ele nunca nos amou, ele foi embora logo quando eu engravidei e você.

Pedro fica nervoso e grita:

-Maldito, porque ele não pensou nas conseqüências disso? Eu o odeio, odeio completamente!

- Mas mãe... Pensando aqui, eu nunca tive coragem de perguntar, mas como você engravidou de novo?

A mãe olha para baixo e começa a chorar. O filho olha comovido com a mãe e pergunta de novo:

-Como mamãe?

-Querido... Eu fui estuprada!O espanto, seguido de tristeza veio à tona no rosto de Pedro

-Então, mãe, ela não é minha irmã de verdade?

-CALA A BOCA PEDRO!Claro que ela é e sempre vai ser sua irmãzinha, cuide dela como eu cuidei de você, com muito amor e carinho e sempre, sempre a proteja!

-Claro! Pedro abraça então sua mãe e os dois sorriem.

-Filho eu menti para você. Pedro não entende e pergunta:

- O que você mentiu?

- Não é semana que vem... É AGORA! Irene mostra sua mãe cheia de sangue.

-Abram caminho, abram caminho!

Passa a maca levando uma senhora grávida, acompanhada de enfermeiros e uma criança desesperada.

-NÃO LARGUE MINHA MÃO PEDRO!

Então eles entram na sala de parto e o menino é aconselhado a deixar a sala, porém a mulher não o deixa sair. E assim começa o trabalho de parto, após uma hora e meia...

- UÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉH

A moça recebe o bebe em seus braços e da um sorriso e olha para Pedro ao seu lado e diz:

- Tem os mesmos olhos do irmão, vou chamá-la de Holly!

Então Pedro da um beijo em sua irmãzinha e diz:

-Eu prometo te proteger Holly, com minha vida.

Então os médicos pedem para ele ir sair dali e ir para a sala de espera, e quando o mesmo da um passo para fora da sala, a mesma se transforma no portão de casa, então eu me agacho e dou uma última olhada na foto e digo:

-Tudo certo Holly?

-Sim capitão!

-Então sobe nas minhas costas, que temos um longo caminho a percorrer.

E então é dado o primeiro passo em direção a cidade do interior chamada Base.

Continua...