segunda-feira, 7 de março de 2011

Tributo

A beleza da vida se encontra na simplicidade com que usamos palavras para simplesmente dizer tudo o que nunca seria dito se tivéssemos a coragem de sentir cada momento como algo único, não como algo repetido, programado, esperado, certo. Gastamos muito tempo criando palavras e frases para retratar sentimentos que às vezes se resumiriam a uma palavra, a um simples gesto.

Temo que a existência de tamanhos sinônimos seja fruto de um medo de dizer o que é mais banal, natural e sincero. Palavras que não encurtam a vida, mas tentam contorná-la, adiando-a em seu sentido, em sua totalidade.

Creio que esse texto seja um pequeno retrato da vida. O medo que cresce incerto de dizer o que se vai dizer. Um texto que poderia ser resumido pela única palavra que resume a totalidade de sentimentos existentes, em suas adversidades, suas negações, suas afirmações, necessidades, belezas, na sua perfeição e seu eterno estado de incompleto. Sua ânsia por encontrar seu rumo a seu modo, tornar-se externo para crescer de forma interna em todos.

Essa palavra que tudo diz, mas da qual não entendemos o seu significado com nenhuma certeza. Não sabemos explicá-la, defini-la. Tudo que precisamos é senti-la.

Esse texto é um tributo eternamente inacabado, e que nada diz, ao amor. A única coisa que jamais entenderemos e que mesmo assim desejamos.

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