sábado, 23 de outubro de 2010

Balada de Agosto

Conheci essa música ontem, ouvindo o CD do Fagner e do Zeca Baleiro, e fiquei simplesmente apaixonado pela letra e pela melodia, em suma, pela música. Não há o que falar, ouçam!




Balada de Agosto (Fagner e Zeca Baleiro)

Lá fora a chuva desaba e aqui no meu rosto
Cinzas de agosto e na mesa o vinho derramado
Tanto orgulho que não meço
O remorso das palavras que não digo

Mesmo na luz não há quem possa se esconder no escuro
Duro caminho o vento a voz da tempestade
No filme ou na novela
É o disfarce que revela o bandido

Meu coração vive cheio de amor e deserto
Perto de ti dança a minha alma desarmada
Nada peço ao sol que brilha
Se o mar é uma armadilha nos teus olhos

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Borboletas

Desculpem pelos 2 posts no mesmo dia, mas estou meio desocupado e queria postar esse 'poema' a algum tempo. Ponho estre aspas porque não sei a classificação dele, mesmo sendo de minha autoria, pois, apesar do começo em versos, no final já é uma prosa, portanto não sei classificá-lo muito bem.
Ele ficou um pouco longo, mas gostei especialmente dele, talvez pela sinceridade com que o escrevi, não sei.
Bem, espero que gostem.

Borboletas (Ricardo José)

Não sei se quero acordar,
E ver que ainda choras calada.
Não quero que do amor
Nasça o sofrimento.

As borboletas ainda voam no jardim,
Descoordenadas, zonzas, alegres ...
A névoa da tarde emudece
O grito do sol ...

Seu pranto ainda recai no meu peito,
Morto por dentro, permaneço calado.
Sua mão de encontro a minha,
Ainda fria, inerte, viva e distante.

Calo-me numa necessidade de ouvir tua voz.
Vejo o céu e não encontro o sol,
Não encontro certeza, só o horizonte
Longe e inalcançável.

As borboletas são livres, não encontro dor em seus movimentos.
Eu choro, elas voam. Eu morro, elas voam. Queria voar, ver o mundo,
Te trazer de cada canto a beleza e a simplicidade da alegria.
Queria te dizer o que penso, o que sinto, mas sou fraco.
Se meu amor não te curar, desista, meu amor, desista pois sou fraco.
Desista de mim, largue-me, esqueça-me em um canto e viva
Para sempre longe de minha fraqueza.
Mas eu viverei sempre pensando em ti, pois sou fraco, burro,
Estúpido. Sou um romântico incompetente que só viveu para amar,
E amou errado ...

Da janela do meu quarto tímido ainda vejo as borboletas, elas dançam e se esquivam da chuva. Elas sorriem misteriosamente. Suas cores inexatas me remetem à você. O balançar de suas asas me remetem à você. A inocência, o desejo, o gracejo, tudo que olho é você. Me apaixonei, não quis, mas aconteceu, que seja, que eu ame ... Mas que tu sejas feliz ....
E por que choras, amor?

Por que eu choro?
As borboletas morrem ...

Oração ao Tempo

Olá a todos!
Vou postar uma música na qual estou viciado. Apesar de tê-la conhecido na voz do Djavan apaixonei-me também pela versão original do Caetano Veloso. Mas claro, postarei as duas versões. A letra, óbvio, é linda.
A versão do Djavan encontra-se em seu novo CD, 'Ária', que por acaso está espetacular, dando ênfase à voz e ao violão.








Oração Ao Tempo (Caetano Veloso)

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

sábado, 16 de outubro de 2010

Mais uma vez...

Eu peço desculpas aos Leitores, Autores, Amigos em geral.
As últimas semanas têm sido meio corridas, muitas coisas acontecendo. Para aqueles que não estão a par da história, encontrei minha Alma-gêmea. Começo estranho, porém perfeito. Mais um apaixonado, vivendo um amor desenfreado, sincero e recíproco.
Tenho sido um pouco negligente com tudo e todos, então peço desculpas..
Ando muito feliz, estou mais que eufórico..
Não sei se ficou bom, mas vou mandar um pequeno texto pra galera..

O texto é dedicado à Laís Galiaço Silvério.

A Mulher Que Me Completa

Hoje, acordei uma nova pessoa. Novas ambições, novos olhares sobre a vida futura.
Hoje, tenho certeza que tudo aquilo que eu um dia sonhei está mais perto do que nunca.
Hoje... É, hoje.. Esse presente sem igual, marcas de um amor desenfreado..
Você... É, você.. Com quem eu sempre sonhei, a pessoa que me entende, me ama como eu sou.
Você... É, você.. Com quem eu sempre sonhei que um dia, que iria conhecer, ter pra mim, e viver uma paixão ardente.
Você... É, você.. A mulher que desvendou-me os olhos, que enxergou além das máscaras. E que, apesar de meus inúmeros defeitos, me ama.
Eu, um ser falho, que antes não passava de ninguém.. Você me fez alguém.
Eu, um ser incompleto, antes quase sempre infeliz.. Você me completa e faz feliz.
Eu, um ser comum.. Você me coroou o Rei do seu mundo, será que sou digno de tanto?
Mas sei que, mesmo sendo medíocre, farei o meu o melhor por você.
Mas sei que, independente de tudo e todos, eu te amo.
Mas sei que esse meu amor é puro, ele não muda, ele é real.
Esse amor... Ah, esse amor! É por você, a Rainha do meu mundo.
Esse amor... Ah, esse amor! É por você, a dama que virou meu mundo de ponta-cabeça..
Esse amor... Ah, esse amor! É por você, e tende a aumentar.. Pois você merece mais, muito mais.
E ambos devemos lembrar que, para o mundo, um romance é apenas um romance..
E ambos devemos lembrar que, para o mundo, o amor é incerto e sempre acaba mal..
E ambos devemos lembrar que, para o mundo, cada alguém é apenas mais um..
Só que o mundo não enxerga a beleza deste romance..
Só que o mundo não enxerga a sinceridade desse nosso amor..
Só que o mundo não enxerga que, para um, alguém pode ser maiores que o universo.
Você é minha amiga, minha namorada, minha amada
Você é a Rainha do meu mundo, Imperadora do meu coração.
Você é meu universo. Eu te amo.


Avaliem o texto, por favor. Opinião da galera é sempre válida.
Grande Abraço!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rosas e Estrelas

Olá a todos!
Vou postar mais uma vez nessa semana, mas nada de revolta e crítica ao capitalismo, vou voltar um pouco a onda de poemas.
Postarei dois, um de minha autoria e outro do ilustríssimo Pablo Neruda.

(Pablo Neruda)

Saberás que não te amo e que te amo
Posto que de dois modos é a vida,
A palavra é uma asa do silêncio,
O fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
Para recomeçar o infinito
E para não deixar de amar-te nunca;
Por isso não te amo todavia.

Te amo e não te amo como se tivesse
Em minhas mãos as chaves da fortuna
E um incerto destino desditoso.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
E por isso te amo quando te amo.



Rosas e Estrelas (Ricardo José)

I

Mas que bobagem a minha,
Confiei às rosas o meu amor
Que elas gentilmente roubaram.
Sua cor rubra, viva,
Seu espinho fraco, persistente,
Roubaram o teu perfume.
Atraíram-me, enganaram-me.
Fui tolo ao amar a rosa,
Pois a rosa não eras tu,
Era nada, calada, fria.
Apertei-a em minhas mãos,
Não senti o sangue escorrer,
Juntar-se à pétala fria.
Beijei teu rosto esperando calor,
Senti o amargo do fel.
As rosas sempre vão embora,
Morrem, sofrem, exalam.
Você também se foi, viva, sofrendo
E ainda inebriante.

Teu perfume talvez fosse veneno,
Mas acalmava meu peito
E revirava meu mundo.
Não quero parar de pensar em ti,
Quero reviver cada segundo,
Amar, chorar, rir, sentir, tudo de novo.
As palavras jamais exprimirão teu sorriso
E nunca recriarão a luz dos teus olhos.

As rosas nunca terão os teus beijos
E muito menos a verdade de
Teus cheiros. As rosas,
Nunca serão você.
Só queria relembrar e reviver tudo
Ao teu lado uma vez mais.
Contar nossas histórias às estrelas,
E rir quando quisermos, chorar quando tivermos
E ficar calado, apenas te olhando
Abraçar-te uma vez mais e fugir,
Fugir do medo, da solidão, do futuro.

II

Por que ele vem? Esse futuro
Calado e frio, assassino. Por que, pai?
Por que não segura a minha mão?
Por que não me abraças, mãe?
Por que não me beijas, amor?
Por que não sorris, irmão?
Não morri, apenas não quero sair.
Se me isolo em cárcere, é de saudades,
É de medo de te perder ...
Se eu não voltar é porque sou fraco,
Mas se voltar, ame-me uma vez mais e
Esqueça-me. Peço-lhe apenas isso.
Fuja e leve as rosas, o céu,
O mar, o sol, a lua ...
Mas deixe as estrelas, deixa
Apenas uma, que será você.
E quando eu me libertar deste cárcere
Saberei aonde ir.


Sei que ficou grande, e que fiz a besteira de pôr Neruda antes do meu, mas espero que gostem.
Abraços à todos.

Dia Verde


A 2 horas e 25 minutos o dia verde começou, daqui a pouco estarei prestes a realizar um sonho de 6 anos atrás, ver um show do Green Day.

Eles costumam chamar neguin pro palco pra cantar, dançar e tocar, jogam agua nas pessoas, abrem rodinhas gigantes e fazer outras bizarrices, espero que tenha muita musica old-school e tudo que um fã espera de sua banda preferida.

A banda é foda, as músicas são fodas, então espero que o show seja foda.



have a nice green day

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Liberdade

A Liberdade Plena, esta que é tantas vezes referida no sistema capitalista como possível, e inclusive afirmada como existente, também é impossível neste sistema.

O Capitalismo baseia-se na individualidade e na propriedade privada, mas principalmente na perpetuação da desigualdade social. Para que a alta burguesia mantenha-se invicta no poder e economicamente majoritária, ela necessita das classes de menor aquisição econômica e de sua força de trabalho.

Apesar do discurso de "possibilidades iguais à todos", onde qualquer um, através do esforço, da perseverança, poderia enriquecer e com isso ganhar prestígio social e político. Entretanto esse discurso é utilizado como paliativo para que o capitalismo seja aprovado pela grande maioria da população.

Basta ir às periferias cariocas, às brasileiras, às mundiais, para ver como o capitalismo é desonesto e não garante a liberdade nem promete o enriquecimento através do esforço. Quantas casos já ouviu-se de trabalhadores que morreram por exaustão, inclusive neste século, e quem irá negar o esforço deles, não para tornarem-se ricos, mas para terem uma vida no mínino digna? O Capitalismo não é igualitário por sua própria natureza, afirma que deva existir a livre concorrência, a lei do mais forte, porém a classe dominante já inicia a "corrida pela sobrevivência" à frente das classes baixas, que iniciam em um patamar de sub-vida.

E onde a liberdade entra?

Como alguém pode ser livre, se vive na miséria, com fome, sem condições básicas de vida, trabalhando exaustivamente por um salário ínfimo, quando o recebe, e se tudo isso é promovido principalmente pelo Estado, que se encontra submetido aos grandes empresários e banqueiros estrangeiros?

A liberdade já encontra-se atribulada à acumulação de capital, porém é um processo cíclico. A ganância, o desejo de prestígio, a 'necessidade' de ter bens materiais, faz com que o dinheiro torne-se mais necessário. Perde-se tempo e qualidade de vida na acumulação desse capital, perde-se a liberdade por esses bens materiais.

A propriedade privada é uma forma de garantir a concentração de renda portanto, de manter a desigualdade sócio-econômica. E a individualidade garante a 'cura' contra o "importar-se com a pobreza". O individualismo serve principalmente para que a sociedade feche-se contra os problemas sociais e considere-os naturais.

O Capitalismo atua com base na alienação da sociedade, para que assim ela produza o tempo todo, e gere riquezas para a classe dominante.

A 'liberdade' que temos no sistema capitalista é ineficaz. Portanto, tal como a democracia, a liberdade também é impossível no (neo)liberalismo.

O Estado deve garantir a todos o direito à verdadeira liberdade, e através dela o povo se conscientizará de seus verdadeiros direitos e necessidades, e aos poucos verá a ineficácia do Estado e seus mecanismos de poder para controle e manutenção da população. E em um consenso geral o Governo será abolido, as fronteiras inexistirão e a liberdade será plena pois os povos serão um só, não haverá preconceito, xenofobia ou desigualdade, pois não haverá ganância social. Perceber-se-á que todos são humanos e que todos desejam a felicidade e a liberdade.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Democracia

Vou quebrar um pouco o ritmo de poemas para um texto mais crítico. Essa é a primeira parte de um projeto que eu já tinha a um tempo, que era o de escrever minhas opiniões acerca da Democracia e da Liberdade. Esse é um projeto "antigo" (não chega à dois meses) mas que eu só iniciei na madrugada de ontem. A segunda parte, sobre Liberdade, tentarei escrever ainda hoje (de madrugada obviamente) e postar amanhã.

É provável que em muitos trechos o texto esteja confuso, e algumas informações pareçam jogadas, pois se eu fosse me aprofundar em tudo o que eu queria ele ficaria enorme.

Com isso vocês perceberão minha opinião sobre política e talvez reconheçam a minha vertente ideológica. Fiquem livres para qualquer comentário e discussão, afinal, como disse o meu professor de biologia, Wagner Bandeira, "só evoluímos com os diferentes". Somente através da discussão, do divergimento de opiniões e do debate é que poderemos nos desenvolver e aprender.


A Democracia (Ricardo José)

A Democracia, como sabe-se muito bem, é o regime político onde o povo, direta ou indiretamente, assume o poder e decide as ações a serem feitas pelo governo. Entretanto, a Democracia de fato nunca existiu. Pode-se basear na história, não apenas na brasileira, que o poder sempre esteve na mão de uma classe dominante, fosse essa a burguesia, a nobreza ou mesmo o proletariado...

À exemplo o Brasil, que teve por décadas, e até hoje isso é presente, o poder das grandes oligarquias agrárias no comando da política, utilizando-se de seu poder e influência econômica-política para ter seus interesses saciados, e logicamente seu lucro elevado. Os maiores exemplos são as políticas de Coronelismo, que deram margem às práticas de clientelismo, presente fervorosamente na política brasileira. E não é preciso buscar exemplos em livros de história, basta-se olhar os jornais, e perceber como a atual classe dominante, a burguesia, não mais a industrial, mas a financeira, comanda o mundo como um todo.

No entanto essas práticas são amplamente aceitas e estimuladas pelo regime político-econômico do liberalismo. A não-intervenção estatal na economia, que faz com que o mercado se auto-regule, transforma os países em arenas de batalha onde o lucro é o prêmio. Passa-se pelo governo e pelo povo em prol da expansão econômica.

Porém, o que isso tem haver com democracia?

Essas empresas, tais como os barões do café na República Velha brasileira, tornam-se os donos do país. São eles que decidem as políticas econômicas a serem tomadas. E como no regime capitalista a economia é o âmago do sistema, tudo girará de acordo com o lucro.

Portanto, democracia e capitalismo entram em dissonância. Como pode haver democracia se o capitalismo prega a individualidade e a propriedade privada? Como pode haver democracia se quem regula a vida da sociedade são os que obtém maior capital?

Vive-se, então, em um regime político onde o capital diretamente assume o poder e decide as ações a serem feitas pelo governo.

As teorias Keynesianas (Bem-Estar Social) tentaram quebrar um pouco essa força do liberalismo, ao atribuir ao Estado a intervenção na economia, a distribuição de renda e o controle dos setores de educação, saúde, transporte etc. Essa forma de economia foi adotada por grande parte dos países capitalistas após o fim da 2ª Guerra Mundial, o que provocou melhoras sociais e econômicas. Essa prática, que garantiu aos trabalhadores Leis Trabalhistas eficientes e condições mais dignas, serviu para afastar o comunismo da Europa Ocidental, que vinha ganhando força e hegemonia.

Após as crises de petróleo da década de 70, o Estado de Bem-Estar Social passou a ser criticado por conta dos altos gastos do Estado (que eram para a melhoria da população), e começaram a ser adotadas medidas neo-liberais (retomando ao liberalismo, porém aproveitando-se um pouco das ideias de John Keynes).

A crise econômica do século XXI fez com que muitos países voltassem a olhar para as teorias de Keynes.

Tudo isso explica o que foi dito antes, apesar dos benefícios dados à população, todas as políticas foram voltadas para a manutenção e perpetuação do capitalismo. Para a "eternização" da desigualdade e das atrocidades cometidas pelo dinheiro.

Entretanto o próprio Socialismo também está longe de ser uma democracia, pois incita a ditadura do proletariado, mudando apenas a classe dominante, onde os marginalizados e explorados seriam a burguesia.

Portanto, a Democracia é inexistente e impossível em uma sociedade capitalista e dividida em classes. Mas dos piores, o menos mal. Essa é a democracia.

Sou apenas mais um sonhador, imaginando um mundo sem desigualdades, um mundo onde a liberdade seja real, sem preconceitos, sem violência, sem ganância. Sou apenas mais um ...

domingo, 10 de outubro de 2010

Projeto Adocica - "I Want It That Way"

sábado, 9 de outubro de 2010

Decididamente

As vezes me sinto o cara mais azarado de toda a história, ontem então nem se fala. Parecia que eu não devia ter saído da cama então resolvi postar aqui uma música que eu considero o tema dos azarados, porém não consegui achar um vídeo dela no youtube então tive que fazer um, simples eu sei, mas vale pelo áudio dessa belíssima música escrita por Vinícius de Moraes e Edu Lobo na voz maravilhosa deste.


Decididamente
Edu Lobo
De Edu Lobo e Vinícius de Moraes

Decididamente, eu não sou gente
Eu sou um ente incompetente, mal acabado
Eu infelizmente não consigo nem sequer ser um mendigo
Dá tudo errado

Deus, quando me fez, devia estar muito invocado
Ganhou o campeonato de fazer nego sofrer
Um urubu pousou na minha sorte
Eu nasci pra boi de corte
Deu cupim no meu viver.

Sábado passado quando eu vinha
Uma zinha "da pontinha"
Fez uma linda carinha para mim
Eu, aí, peguei minha pessoa
E fui andando para a boa
Na esperança de um domingo menos ruim

Pois, amigo, que é que é que você acha
Vou e levo uma bolacha
De um frajola que eu não sei de onde surgiu
E, que além de tudo, não contente
Me mandou apenasmente
Para a...

Quando você está mesmo sem sorte
Nem a vida e nem a morte
Querem nada de saber de você, não
Você pode estar morto, defunto
E vêm os vermes todos juntos
Lhe pedir pra não seguir a refeição

Chega o dia e a vida está tão chata
Que você pega e se mata
Dá um tiro que parece de canhão
Mas a sua sorte é tão ingrata
Que êle sai pela culatra
Com licença da expressão.


O Eterno / Já é tarde meu Amor

Olá a todos!!
Finalmente o blog está retomando o seu ritmo de postagem!
Bem, eu estava na dúvida sobre o que postar agora, mas depois do post do Thadeu, lembrei-me que havia escrito um poema (essa semana) pensando no final do "Soneto da Fidelidade" ("Mas que seja infinito enquanto dure"). Então, vou postar esse e outro, também escrito essa semana que, claro, também tem uma influência de Vinicius (ainda mais agora que comprei "Antologia Poética" ).

O Eterno (Ricardo José)

Na poesia impura da cidade,
Envolta de morte
E desespero,
Ainda encontro versos
Que falem do amor,
Do mais puro amor eterno.

Na incrédula luz,
O negrume da incerteza
Associa-se ao medo.
Mas em teus olhos
Ainda resplandece a luz ...

Mas foi nos teus
Braços que senti desespero.
Percebi, de súbito,
Que nada é eterno.

Mas foi no teu riso
Que sorri, e nos
Teus olhos que amei.

Não, não é o tempo
Que dita o Eterno ...

É o coração.


Já É Tarde Meu Amor (Ricardo José)

Já é tarde, meu Amor ...
Tu deixastes o amor morrer,
Adoecer em teu peito vago.

O que antes era tenaz,
Teu corpo gélido,
Tua mão fraca
E teus beijos distantes,
Tornaram-no fugaz
E sem sentido.

Se a morte de algo tão belo
É precedido por dor ...
Desejo-me alienar de paixões.
Desejo apaziguar teus sabores
Com amargos pesares,
E esquecer-te para sempre.

E esquecer-te no infinito,
E no infinito, reencontrar-te
E quem sabe amar-te uma vez mais.

Mas, meu Amor,
És morta nossa paixão,
Fostes equânime ao julgar-me.
Decidistes esquecer-me ...

Já é tarde ...
Ainda é tarde ...
Mas é cedo no infinito.

E é infinito o Horizonte.

E o Horizonte são teus beijos,
Teus olhos, tuas palavras.

É cedo, meu Amor,
Mas nos amaremos uma vez mais,
E há de ser eterno,
Há de ser belo,
Há de ser sincero ...


Um grande abraço à todos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A visita que veio contrariar Vinicius

Galera, um aviso a todos: Só não posto minhas poesias aqui porque já tenho um blog para esse fim, então lhes convido para fazer uma visita no Existência.
Gostaria de agradecer o apoio do Cesar, não só quanto ao texto que escrevi aqui, mas também por me ajudar a escolher as poesias que colocaria no concurso, e também ao Ricardo que sempre me apoia em tudo, em todas as minhas ideias malucas, desde o Marujada Carcumida até hoje, coisas que são muito bacanas relembrarmos, apesar de ter perdido o forum...
O meu objetivo de estar aqui é estar presente nesse blog aonde todos podem colocar um pouco de si, e esse pouco de mim vem em seguida:


Vou colocar dois textos de Vinicius de Moraes e um texto meu (já existente, e está lá no blog) aonde eu faço uma interseção entre esses dois textos de Vinicius.

Soneto de Fidelidade (Vinicius de Moraes)
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Soneto de Carnaval (Vinicius de Moraes)
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.


E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim


De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo





Do carnaval a fidelidade (Thadeu Werneck)
Pássaros cantando... Acabou de amanhecer um dia em que não dormi, mas não tem nada a ver com estar depressivo e pensativo, não dormi para me manter no horário certo. Agora só durmo hoje a noite bem cedo. Mas não vim falar da minha vida, nem de meus horários, isso é apenas uma introdução convidativa para ler a minha prosa, ou crônica poética (chame do que quiser) que vai vir a seguir.


Tentei acordar uma vez ao seu lado, mas não foi falha minha, tentei chegar a um objetivo, mas acabei por conservar os nós. Sorri por um momento, parei de sorrir. Sorri por outro momento, não consegui. Não tem nada a ver com tristeza e sim com lembranças. Disseram-me que águas passadas não movem moinhos, me disseram que era vento, não me disseram nada das lembranças, se elas movem moinhos ou não. Agora sei. Elas movem. Um mestre me disse uma vez, num consolo de carnaval, que aquele beijo, aquele corpo não seria mais encontrado, foi só um acerto repentino entre nós dois. O mesmo mestre também disse que o tempo que durar, se durou, foi infinito. Mestre, aquele beijo de carnaval repentino, durando o tempo que durou, se encontrando o tempo que encontrou, foi infinito.
A conclusão disso afinal é que uma vez ocorrido na vida, vira lembrança e virando lembrança torna-se infinito, pois durou um tempo e o tempo que durou vai se arrastar no tempo que está durando.
Águas passadas não movem moinho. Ventos passados não movem moinhos. Lembranças passadas são infinitas.


Obrigado pelo tempo e até mais! 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"TOCA RAUL" II

Bom agora a segunda música: Eu Também Vou Reclamar do álbum Há 10 Mil Anos Atrás de 1976



Eu Também Vou Reclamar
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas - Paulo Coelho

Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar

Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai güentar

Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam
Eu vou voltar

Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem
Visita estranha na sala
Aí eu pego e passo
A vista no jornal

Um piloto rouba um "mig"
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social

Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver

Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer

Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só prá quem
Não sabe ler

E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer

Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher

Apesar dessa voz chata
E renitente
Eu não tô aqui
Prá me queixar
E nem sou apenas o cantor

Que eu já passei
Por Elvis Presley
Imitei Mr. Bob Dylan, you know...
Eu já cansei de ver
O Sol se pôr

Agora eu sou apenas
Um latino-americano
Que não tem cheiro
Nem sabor

E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou, dá?

E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar

Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar

E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!



Raul Seixas nunca é demais então vale ressaltar outras músicas geniais dele que não são tão conhecidas assim como Paranóia, Super Heróis, Sessão Das Dez entre outras.

"TOCA RAUL" I

(primeira de duas músicas do mestre Raul Seixas)

Hoje estava tocando essas duas músicas no violão e me veio uma vontade de posta-las aqui. A primeira música é Tu És O M.D.C. Da Minha Vida do álbum Novo Aeon de 1975 uma música extremamente romântica com uma pureza (no sentido de simplicidade) e genialidade que são marcas registradas do Raulzito


Tu És O M.D.C. Da Minha Vida
Raul Seixas
Composição: Paulo Coelho / Raul Seixas

Tu és o grande amor
Da minha vida
Pois você é minha querida
E por você eu sinto calor
Aquele seu chaveiro
Escrito "love"
Ainda hoje me comove
Me causando imensa dor
Dor!...

Eu me lembro
Do dia em que você
Entrou num bode
Quebrou minha vitrola
E minha coleção
De Pink Floyd...

Eu sei!
Que eu não vou ficar
Aqui sozinho
Pois eu sei
Que existe um careta
Um careta em meu caminho...

Ah!
Nada me interessa
Nesse instante
Nem o Flávio Cavalcanti
Que ao teu lado
Eu curtia na TV, na TV...

Nessa sala hoje
Eu peço arrêgo
Não tenho paz
Nem tenho sossego
Hoje eu vivo somente
A sofrer! A sofrer!...

E até!
Até o filme
Que eu vejo em cartaz
Conta nossa história
E por isso, e por isso
Eu sofro muito mais...

Eu sei!
Que dia a dia
Aumenta o meu desejo
E não tem Pepsi-cola que sacie
A delícia dos teus beijos...

Ah!
Quando eu me declarava
Você ria
E no auge da minha agonia
Eu citava Shakespeare...

Não posso sentir
Cheiro de lasanha
Me lembro logo
Das casas da banha
Onde íamos nos divertir
Divertir!...

Mas hoje o meu
Sansui-Garrat e Gradiente
Só toca mesmo embalo quente
Prá lembrar do teu calor
Então eu vou ter
Com a moçada lá do Pier
Mas prá eles é careta
Se alguém
Se alguém fala de amor
Ah!...

Na Faculdade de Agronomia
Numa aula de energia
Bem em frente ao professor
Eu tive um chilique desgraçado
Eu vi você surgindo ao meu lado
No caderno do colega Nestor
Nestor!...

É por isso, é por isso
Que de agora em diante
Pelos 5 mil auto-falantes
Eu vou mandar berrar
O dia inteiro
Que você é: O Meu
Máximo Denominador Comum!...

agora o audio

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As Quadras Daquele Momento

Caros amigos, falei que ia escrever algo e tal, peço desculpas por não utilizar os temas sugeridos por vocês no messenger (Principalmente ao Palit0 e sua genialidade ao sugerir "imãs" e "Cagar no Pau"), mas após um sonho e à algumas situações ocorridas nesses dias que passaram, resolvi fazer e postar esse texto aqui.

As Quadras Daquele Momento

Num lindo cenário,
Numa simples fração de segundo,
Ouvi cantar um canário
Suspirando as dores deste mundo.

Foi ao som de tal melodia
Que minh’alma se pôs a pensar
Será que há dor nesta vida
Que o amor não possa curar?

Neste mesmo instante
Senti uma brisa soprar.
Tão gélida, tão fria
Seria alguém a chorar?

Sentada a beira de um lago
Estava uma moça a suspirar
As mágoas de um velho amor
Que não queria mais ser seu par.

Vendo tal desespero,
Não pude deixar de ajudar;
E com algumas sábias palavras
Ensinei-lhe a beleza de amar.

Durante aquele momento
Duas vidas se entrelaçaram;
Dois corações puseram-se a bater;
E por um instante, se amaram.

Durante aquele momento
Viram o que o futuro lhes trazia;
Esqueceram seus problemas
E por um instante, se amaram.


Dedicado à uma amiga especial, Laís Galiaço.
Citando Fernando Pessoa quando comentou sobre Florbela Espanca: "Alma sonhadora, irmã gêmea da minha".

Um texto de
RomanticUnleashed a.k.a. Cesar Gusmão de Paiva Tavares.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Quanto" tempo

Fala ae meus comapnheiros de Blog, estou sumido e desatualizado do blog, me desculpem, prometo voltar a postar regularmente e me atualizar dos assuntos, enfim, deixo com vocês uma posia minha recém escrita, espero que gostem.


Quantas ?

E quantas vezes quis que esse vento que sopra me trouxesse notícias suas ?
E quantas vezes fui para a cama com o peito sangrando de amor ?
E quantas vezes evitei me deixar hipnotizar em seus olhos ?
E quantas vezes jurei em vão que seria a última vez ?
E quantas promessas quebrei como se elas fossem vidro ?
E quantas dores senti ao saber que havia perdido seus lábios ?
E quantas pétalas da flor do nosso amor já foram arrancadas ?

Quantas perguntas tenho
E tão poucas certezas
Só a de que não importa o quanto,
Pois ainda é pouco se for por você.

domingo, 3 de outubro de 2010

Caros Amigos

Aos gigantes com quem compartilho o blog e aos caríssimos leitores que o frequentam, peço desculpas pela minha total ausência nos últimos tempos.

Ao Grande Ricardo, algumas palavras:
Amigo, todos passamos por problemas, todos temos nossas dificuldades.. Como alguém que já passou pela experiência de ser depressivo e quase se matou 3 vezes, acredito que posso comentar, que independente da situação ou da pessoa, carregar um peso sozinho por muito tempo, guardar toda uma mágoa que cresce a cada minuto é extremamente desgastante, tanto fisica como emocionalmente. Fico inclusive feliz por você ter compartilhado sua cruz conosco, sei que ajudaremos como puder. Tirar aquela bigorna no peito e respirar sempre ajuda. Creio que ao falar isso, falo por todos nós: Estou aqui para ajudar.

Em breve estarei postando alguma coisa, pensando em escrever algo novo para colocar aqui. Aceito sugestões de tema.
Aquele abraço.

Ricardo, Carta e Algo mais

Primeiro venho pedir desculpas ao Ricardo, digo, desculpas a todos, mas principalmente ao Ricardo. Primeiro que demorei a escrever aqui novamente e ele foi o único a vir até aqui. Segundo, devo pedir-lhe desculpas porque você escreveu um texto, uma carta, em que tenho que adaptá-la, aproveito-me de sua sabedoria e inteligência para colocar aqui o que você também colocou e por isso peço desculpas, por este "quase" plágio.


Mensagem ao Amigo
"Você me trouxe a uma realidade tão constante para mim. Me fez pensar, acima de tudo, em mim mesmo por momentos sem fim. Depois do que você escreveu, uma carta pessoal, você me fez pensar, muito, certo que não tenho que dar algum tipo de opinião em um assunto, como dito por você mesmo, tão pessoal, mas sinto que devo expressar também os meus sentimentos, que se não saírem poderão causar algum estrago, se já não causaram.
Depois de ler seus mais íntimos problemas pensei em algo que ontem me veio a cabeça e fez eu ficar meia hora em um monólogo com a pessoa que amo. Receio não lembrar tudo, porém, lembro o que eu queria dizer.
Amigo, sabe do que mais sinto saudades em meu avô? Sinto saudades de acordar de madrugada ou ficar acordado de madrugada e requisitar sua companhia, e ele sempre estava disposto para acordar e fazer um lanche comigo ou deitar na minha cama enquanto eu ficava no computador. E o que eu dava em troca? Esporros, brigas e nervosismos gerando choro e tristeza. E é por isso amigo que você não deve ter pena de mim quando eu chorar por ele, se você tiver que falar algo, fale apenas "ele está melhor agora", porque vou acreditar. Nunca disse eu te amo. Nunca conversei uma boa conversa com ele e perdi uma oportunidade grande, como gosto de escrever, perdi a oportunidade de escrever sobre a vida dele. Eu ficaria orgulhoso lendo minha obra baseada na vida do meu avô, e ele, aonde quer que ele esteja, estaria agradecendo a homenagem. Pode parecer emocional demais, mas na verdade eu estou aqui para mostrar que não sou muito bom com minhas relações pessoais. Digo isso porque decepciono quase todos os meus amigos e ás vezes os deixo muito chateados por algo que não precisava ter feito ou falado. Não consigo expressar meus sentimentos de forma correta, aliás, erro que vem da minha geração passada. Meu pai e minha mãe não são muito bons em demonstrar que me amam, não é um defeito, é apenas uma característica, minha mãe, por exemplo, como não conseguia demonstrar o amor com o afeto e a união de uma família (até porque meu pai saiu de casa quando tinha um ano de idade) me agradava com presentes caros, e foi assim que aprendi como dar carinho, talvez seja por isso, talvez não seja, mas foi.
Acho que todo tem os caminhos certos, certas passagens na vida são realmente para acontecer, para ter passado. Sabe como o meu avô morreu? Bom ele podia ter morrido de uma forma mais leve, ele tinha pequenos enfartos algumas vezes, mas sempre ia para o hospital e tudo ficava bem. Porém, ele teve que sofrer, talvez para mostrar para mim como eu era e como deveria mudar. Por que o tratava tão mal!? Porque era mimado, não sabia (não sei) dar atenção e nem amor. Ele quebrou o fêmur caindo no chão da cozinha, quando cheguei em casa nesse dia ele estava lá, deitado. Ele olhou para mim e sorriu, como costumava fazer, apesar de tudo, como não conseguia falar direito ele fez um gesto de: "é, caí aqui né, e agora?". O médico chega, leva ele, mamãe não acha vaga em um hospital bom, aguarda uma vaga para ele em um hospital em ele faria cirurgia, precisa do raio-X do fêmur, cada o médico para tirar o raio x? Cadê a enfermeira? Mãe, porque ele está assim, cada vez mais lerdo? Mãe, eu to preocupado com ele, acho que ele está pior! Foi para o CTI, só dois visitantes por cliente, digo, doente. Mãe! Porque ele está assim? Porque ele está desacordado? 24 dias indo e vindo, vamos trocá-lo de hospital! Eu vou com você mãe! Mãe, me deixa ficar mais um pouco aqui com ela mãe, por favor, qual é o problema? Não, volta para casa, seu avô morreu! Chorei no colo dela, enquanto os outros ligavam para minha mãe. Vamos levá-lo para casa! Mãe! Porque eu o tratava daquele jeito!? Não consigo vê-lo rodeado de flores, vou lá embaixo comer alguma coisa.
Em uma conversa, jantando com minha mãe outro dia, falei com a certeza de um filosofo que chegando certa idade, passando certo tempo se perdia o medo de morrer. Ela respondeu em devaneio: "Papai tinha medo de morrer". Fiquei calado, essa frase se jogou sobre mim como um fora da pessoa que você ama, ou até mais pesado, foi como um soco que não para de me doer até hoje. Ele precisava de amor, eu não dava esse amor.
Por isso amigo, te agradeço, agradeço por continuar meu amigo enquanto ainda continuo o mesmo."




Pode parecer meio pesado, mas como o do Ricardo, foi necessário, obrigado.

sábado, 2 de outubro de 2010

Dezembros / Toda a Razão

Véspera de eleições, espero que todos votem conscientemente em candidatos que confiem, por mais que seja difícil percebermos, ainda existem pessoas honestas .... Ou pelo menos eu espero que existam.
Mas não estou postando para fazer propaganda eleitoral de ninguém, pelo contrário, vou postar algo simples, uma música, simplesmente linda.
A música é "Dezembros" de Fagner e Zeca Baleiro. Ela foi tema da novela "Da cor do pecado", talvez reconheçam.



Dezembros (Fagner & Zeca Baleiro)

Nunca mais a natureza da manhã
E a beleza no artifício da cidade
Num edifício sem janelas
Desenhei os olhos dela
Entre vestígios de bala
E a luz da televisão

Os meus olhos têm a fome
Do horizonte
Sua face é um espelho
Sem promessa
Por dezembros atravesso
Oceanos e desertos
Vendo a morte assim tão perto
Minha vida em suas mãos

O trem se vai
Na noite sem estrelas
E o dia vem
Nem eu nem trem, nem ela


Como é de praxe, uma música deve ser seguida de uma citação ou um poema. Como tem tempo que não posto um poema meu, vocês infelizmente lerão algo meu ^^

Toda a Razão (Ricardo José)

Como se cada beijo
Aliviasse meus pesares.
Seus olhos na beleza
Do espelho de sua alma.

Cada segundo memorável.
Cada estrela a teu lado
Era ínfima e quase feia.
Teu sorisso preenchia meu céu.

Todo amor que tive morreu sozinho,
Transeunte abandonado
No que há de mais pérfido da vida.

Todos os seus beijos
Nublavam a visão.
Amar é uma cegueira
Espontânea e seletiva.

Abre-se mão da solidão,
E se esquece de tudo que é feio.

Crio em uma fantasia
O amor,
E perco no embaraçar de teus cabelos
E na resplandecência de teus olhos,
Toda a razão.


"Vulgus vult decipi, ergo decipiatur" - Rezende
"O povo quer ser enganado, pois que o seja" - Rezende

Liberdade e democracia é isso?

Abraços!