segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Democracia

Vou quebrar um pouco o ritmo de poemas para um texto mais crítico. Essa é a primeira parte de um projeto que eu já tinha a um tempo, que era o de escrever minhas opiniões acerca da Democracia e da Liberdade. Esse é um projeto "antigo" (não chega à dois meses) mas que eu só iniciei na madrugada de ontem. A segunda parte, sobre Liberdade, tentarei escrever ainda hoje (de madrugada obviamente) e postar amanhã.

É provável que em muitos trechos o texto esteja confuso, e algumas informações pareçam jogadas, pois se eu fosse me aprofundar em tudo o que eu queria ele ficaria enorme.

Com isso vocês perceberão minha opinião sobre política e talvez reconheçam a minha vertente ideológica. Fiquem livres para qualquer comentário e discussão, afinal, como disse o meu professor de biologia, Wagner Bandeira, "só evoluímos com os diferentes". Somente através da discussão, do divergimento de opiniões e do debate é que poderemos nos desenvolver e aprender.


A Democracia (Ricardo José)

A Democracia, como sabe-se muito bem, é o regime político onde o povo, direta ou indiretamente, assume o poder e decide as ações a serem feitas pelo governo. Entretanto, a Democracia de fato nunca existiu. Pode-se basear na história, não apenas na brasileira, que o poder sempre esteve na mão de uma classe dominante, fosse essa a burguesia, a nobreza ou mesmo o proletariado...

À exemplo o Brasil, que teve por décadas, e até hoje isso é presente, o poder das grandes oligarquias agrárias no comando da política, utilizando-se de seu poder e influência econômica-política para ter seus interesses saciados, e logicamente seu lucro elevado. Os maiores exemplos são as políticas de Coronelismo, que deram margem às práticas de clientelismo, presente fervorosamente na política brasileira. E não é preciso buscar exemplos em livros de história, basta-se olhar os jornais, e perceber como a atual classe dominante, a burguesia, não mais a industrial, mas a financeira, comanda o mundo como um todo.

No entanto essas práticas são amplamente aceitas e estimuladas pelo regime político-econômico do liberalismo. A não-intervenção estatal na economia, que faz com que o mercado se auto-regule, transforma os países em arenas de batalha onde o lucro é o prêmio. Passa-se pelo governo e pelo povo em prol da expansão econômica.

Porém, o que isso tem haver com democracia?

Essas empresas, tais como os barões do café na República Velha brasileira, tornam-se os donos do país. São eles que decidem as políticas econômicas a serem tomadas. E como no regime capitalista a economia é o âmago do sistema, tudo girará de acordo com o lucro.

Portanto, democracia e capitalismo entram em dissonância. Como pode haver democracia se o capitalismo prega a individualidade e a propriedade privada? Como pode haver democracia se quem regula a vida da sociedade são os que obtém maior capital?

Vive-se, então, em um regime político onde o capital diretamente assume o poder e decide as ações a serem feitas pelo governo.

As teorias Keynesianas (Bem-Estar Social) tentaram quebrar um pouco essa força do liberalismo, ao atribuir ao Estado a intervenção na economia, a distribuição de renda e o controle dos setores de educação, saúde, transporte etc. Essa forma de economia foi adotada por grande parte dos países capitalistas após o fim da 2ª Guerra Mundial, o que provocou melhoras sociais e econômicas. Essa prática, que garantiu aos trabalhadores Leis Trabalhistas eficientes e condições mais dignas, serviu para afastar o comunismo da Europa Ocidental, que vinha ganhando força e hegemonia.

Após as crises de petróleo da década de 70, o Estado de Bem-Estar Social passou a ser criticado por conta dos altos gastos do Estado (que eram para a melhoria da população), e começaram a ser adotadas medidas neo-liberais (retomando ao liberalismo, porém aproveitando-se um pouco das ideias de John Keynes).

A crise econômica do século XXI fez com que muitos países voltassem a olhar para as teorias de Keynes.

Tudo isso explica o que foi dito antes, apesar dos benefícios dados à população, todas as políticas foram voltadas para a manutenção e perpetuação do capitalismo. Para a "eternização" da desigualdade e das atrocidades cometidas pelo dinheiro.

Entretanto o próprio Socialismo também está longe de ser uma democracia, pois incita a ditadura do proletariado, mudando apenas a classe dominante, onde os marginalizados e explorados seriam a burguesia.

Portanto, a Democracia é inexistente e impossível em uma sociedade capitalista e dividida em classes. Mas dos piores, o menos mal. Essa é a democracia.

Sou apenas mais um sonhador, imaginando um mundo sem desigualdades, um mundo onde a liberdade seja real, sem preconceitos, sem violência, sem ganância. Sou apenas mais um ...

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