sábado, 11 de junho de 2011

Arabutã

Rio-Arabutã
Saiu de casa em uma noite quente, o ar da cidade estava sendo consumido pelos prédios. Parecia uma formiga diante do mundo. Colocou a mão nos cabelos, olhou para baixo e deixou sua mão cair. Ora como é o mundo, ora como é sua vida. Passava o tempo, ele esperava em frente ao prédio, esperava algo. Talvez idéias, talvez alguém. Os dois. Sua mochila de marca mostrava sua vida transformada, seu corpo na calçada mostrava mais uma mudança que chegava.
A primeira idéia veio à cabeça, a mais fácil por sinal, ir até uma rodoviária e pegar um ônibus que chegue até Arabutã. Então começou a andar. Andou, e depois de um bom tempo andando, parou, olhou para os lados, estava no Largo do Machado, já tinha andando o suficiente, mas ainda não sabia como chegar à rodoviária, deu uma espiada na rua e viu um homem no balcão de uma farmácia de esquina. Entrou na farmácia, olhou para os lados, demorou um tempo, pegou um creme dental, observou e colocou de volta na prateleira.
- Posso ajudar?
- Não, obrigado, só estou olhando.
Rodou duas vezes a farmácia, criando coragem e tentando se convencer que isso daria certo. Fitou o homem no balcão, chegou perto, fez um gesto com a boca e após soltar o ar resolver soltar as palavras.
- Eu queria... Bem... Queria saber onde fica a rodoviária... Digo, daqui, qual ônibus pego?
A expressão do homem demonstrou certa duvida, olhou para a rua, tentou lembrar-se de alguma coisa e arregalou os olhos. Ele lembrou.
- A Novo Rio?
- Acho que é.
- Bom, se for a Novo Rio você atravessa essa rua e pega naquele ponto ali em frente o um, sete, zero, mas também pode ser o um, sete, oito... - Apontava para a rua principal da esquina da farmácia, mostrando um ponto de ônibus em frente a uma galeria. - Ele para na rodoviária.
Olhou para o ponto, virou para o homem, agradeceu e voltou a andar, mas foi surpreendido.
- Tome cuidado por aqui. Tem muito pivete andando aí na rua, principalmente essa hora da noite.
- Pode deixar.
Continuou com alguns passos.
- Quantos anos você tem?
- Quinze. - Sorriu por educação. Estava com muita pressa e já estava andando novamente.
- Vai encontrar com sua mãe?
Ele parou, olhou fundo para o nada, a coragem começou a subir por sua veia. Ele sorriu e sem olhar para trás, respondeu.
- Vou encontrar minha irmã.

2 comentários:

  1. eu estou interessado na história, mas acho que essa parte que vc escreveu agora, foi quase nada pra um capitulo inteiro, pra mim vc podia ter colocado isso no outro, ou ter feito esse maior.

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  2. Eu expliquei na outra postagem, a história é grande e tem que ser bem desenvolvida, se não perde a graça e além do mais é assim que estava no existência.

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