terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Não se pode ignorar as poesias feitas no silêncio da madrugada

Olá amigos, Feliz Natal atrasado e Feliz Ano Novo adiantado para todos.
Estou aqui novamente para postar uma nova poesia minha que, como a maioria das melhores coisas que eu escrevo, surgiu de madrugada. Deve ter algum poder mágico na calada da noite que me deixa muito inspirado, acho que é o silêncio e a solidão que a noite proporciona, enfim, sem mais delongas vamos a ela.


Compasso


Tenho marcado em meu tempo seu compasso.
E daquelas sobras sobrevive o nosso amor.
Eu sou aquele que vigia os seu passos,
Porém a mim não chamas salvador.

Quanto tempo perdi.
Tentando recuperar sua atenção,
Para provar que tudo aquilo que senti
Foi o que os poetas chamam loucamente de paixão.

Dormi nos braços quentes do amor
E um tanto mais adormecia a razão.
Senti seu corpo e até mesmo seu sabor
E eu tão imperfeito, gozei em plena perfeição.

Sou vassalo em vossas terras,
És soberana em minha vida.
Se a sina do artista é pintar tão belas telas,
A tua é secar os olhos na partida.









Pra variar espero que gostem e que comentem ^^
Até mais

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Meu último Feliz Natal

As coisas começarão a ficar difíceis para todos no ano que está por vir, se não para todos pelo menos para mim. Entrando nesse ano temos duas coisas só no início que vão se prolongar, quando pensei que o vestibular já tinha acabado me enganei... Têm as notas, classificações, dúvidas e Exercito. Alistamento do dia 1 de janeiro até o dia 30 de abril com a possibilidade de escolher entre sim ou não. Mas não importa a sua resposta, eles te chamam de qualquer jeito, escapar não é fácil, muito menos se você não passar na faculdade... E se eu não passar esse ano? Perderei um ano inteiro servindo. E o que eu farei agora? Rezarei para passar e só ser chamado depois da faculdade e entrar como oficial ganhando uma grana como engenheiro do exercito, mas se eu for mais sortudo ainda, nem precisarei entrar depois. Não gosto, nunca gostei e nem vou gostar do exercito. Fazer dezoito anos me perturba desde que eu me entendo por gente. Apesar das coisas boas é uma época ruim, a época que temi minha vida toda.
E o natal, quase esqueci, na verdade nem tenho pensando muito na felicidade do Natal que a cada ano perde mais e mais a magia para mim. Esse ano enquanto comerei um chester da promoção do clickon (tenha sua ceia completa por apenas 65% off) estarei pensando no mês... não, no ano mais tenso da minha vida.
Então desejo a todos do blog e amigos um Feliz Natal!
Mas...
E seu entrar no exercito?
Eles vão ter que arcar com as conseqüências de ter colocado uma arma na minha mão.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Bar dos Amigos: Corte

Bar dos Amigos: Corte: "Olá a todos, hoje vou postar uma poesia minha muito recente. Espero que gostem. Corte Me diga você que se diz dona da verdade: Valeu a p..."

domingo, 12 de dezembro de 2010

Corte

Olá a todos, hoje vou postar uma poesia minha muito recente. Espero que gostem.


Corte


Me diga você que se diz dona da verdade:
Valeu a pena tudo o que passamos juntos ?
Agora que nossos corações vivem em eterna enfermidade,
Na UTI, acorrentados aos mesmos velhos assuntos.

Não sei o que sou, agora que estou sozinho
mas sei quem és e o que representas
Uma flor que finalmente aprendeu a usar os espinhos
E que folhas de minha planta corta quando os movimenta

Minha cabeça engastada na guilhotina ainda pensa,
Pondera sobre a lâmina que desce fria e brilhante
Criando, na luz, o contorno do teu corpo, exorcizando a crença
De que um dia te esquecerei. Não vou. Por mais que eu tente e cante.

Quero ficar só, mas meu só, só quer estar contigo.
Quero não mais sentir, mas meus sentidos sentem teu pulsar.
Quero morrer, porém minha morte morre de medo de te pôr em perigo.
Quero sonhar, porém meus sonhos ficam cada dia mais longe de se realizar.






Ah, fizemos nosso show ontem, quando eu tiver todas as fotos e tiver upado todos os vídeos no youtube eu posto aqui.

PS: Agadeço ao Ruy pela magnifica participação no show e agradeço também a todos os nossos amigos que foram prestigiar a gente. OBRIGADO!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pós-Modernidade e Vida

Comecei a escrever este texto por conta de algumas coisas que eu estava lendo. A ideia veio principalmente de um sociólogo, Zygmunt Bauman, que escreveu livros sobre a liquidez das relações sociais e a sociedade pós-moderna. Infelizmente ainda não li nenhum livro dele, mas pretendo mudar isso logo. A outra inspiração foi de um texto da faculdade do meu irmão (que faz geografia), do livro "Sociologia e Sociedade Pós-industrial" do Paulo Sérgio do Carmo, do qual só li um capítulo, mas após ter lido esse capítulo pretendo comprar o livro.
Escrevi esse texto hoje, a algumas horas atrás na verdade, e gostei muito dele, principalmente pela fluidez das ideias e da facilidade que tive para escrevê-lo, além das citações que fiz (algo raro) e que vieram na minha cabeça ao acaso, especialmente a última. Após o texto eu direi de quem foi cada citação.
Espero que gostem.

Líquido (Ricardo José)

" Nomes me vinham a cabeça enquanto olhava a correnteza do rio. Nomes que traziam à lembrança pessoas, momentos, sentimentos, tudo ali, flutuando sem vida, inerte a água de minhas retinas um grito sufocava minha voz.

Foram momentos tão duradouros em sua existência, mas efêmeros na minha vida. Tudo passou tão rápido que muitos foram esquecidos nos rios que cortam meu coração. Muitos, porém, desembocaram no oceano de meus pensamentos, e até hoje são plenamente navegáveis.

Porém, "tudo o que é sólido se desmancha no ar". Na verdade não sei mais o conceito de sólido, esta frase, que me foi proferida em um momento de minha formação não me fazia sentido algum, porém, por seu incrível paradoxo, tornou-se bordão e até mesmo foi escrita em algum de meus caderno. Hoje, quando retomo à minha vida e analiso-a, percebo o quão certa ela é, e, mesmo depois de tantos anos, ela consegue estar certa e servir para todos os moldes da existência humana.

É interessante quando percebemos as mudanças que o mundo sofreu, e como isso altera a nossa realidade. Todas as coisas se tornaram efêmeras, relativas e flexíveis numa era dada por uma constante incerteza. Incerteza provinda de tanta certeza na ciência, de tanta convicção no saber.

Foram tantas as modificações e foi tão profundo o desenvolvimento da sociedade, que retrogredimos a uma era de afastamento, de exclusão. Platão, se vivesse no século XXI, dir-me-ia sobre o Mito do Shopping Center, de como nos alienamos numa realidade que inexiste.

O Shopping hoje configura-se como um dos maiores centros de lazer, ele reúne a essência da vida pública com a exclusão almejada pelas classes favorecidas. No shopping não há tempo, não há pobreza, há apenas sonhos e possibilidades. Sonhos esses que na verdade nunca serão alcançados por muitos de nós. Sonhos esses que só podem ser obtidos com um cartão de crédito, um salário pomposo ou um belo de um empréstimo em troca da própria alma. A indizível definição de shopping aliena, "nos shoppings os direitos políticos terminam na porta de entrada". Esse local é marcado pela exclusão, e por isso é almejado pelos excluídos.

Para finalizar, o shopping é a degradação do espaço público, pois representa tudo o que antes se fazia no espaço público, porém agora em um ambiente privado, capitalizado, onde só há direitos para dinheiros, pois é isso que somos. Não somos mais simples força de trabalho, nossa exploração não serve mais apenas para a produção de bens, mas também para a sua consumação. Somos apenas trocados para o café ou chumaços de dinheiro, podemos ser trocados, guardados e até mesmo rasgados sem pudor algum.

Mas o shopping é fruto de uma sociedade pós-moderna, pós-industrial, onde o saber configura num papel de suma importância. A produção do saber, a sua comercialização e a sua utilização em prol de uma sociedade capitalizada. A sociedade pós-moderna caracteriza-se não mais por uma classe dominante, mas por classes dominantes que mantém relações entre si. Não há mais a possibilidade de que a distribuição do poder enfraqueça essas classes, pelo contrário, a descentralização do poder em diferentes âmbitos consolidou-se na perpetualização do poder.

Os meios de comunicação tranfiguram-se no maior método de propagação do conhecimento. É através dele que a população tem a oportunidade de conhecer o mundo a sua volta, de entender de forma prática o que lemos na teoria e apreendemos na vida cotidiana. Entretanto, os meios de comunicação se vêem aprisionados pelos interesses de uma mídia burocrática, que sem pudor mostra-se parcial, omite, resume e deturpa acontecimentos, alienando a sociedade e mantendo-a sobre as rédeas não apenas de sua dominância, mas de outras classes dominantes.

"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda", já dizia um dos meus maiores professores, que diretamente nunca me deu aula, mas que ensinou a todos que lecionaram para mim. A educação de qualidade não se resume na escola, mas abrange a todos os aspectos da vida e da sociedade, a educação é, com certeza, a base de toda a sociedade. Infelizmente a(s) classe(s) dominante(s) percebeu isso há muito tempo, antes mesmo da existência do capitalismo. Percebeu e utilizou essa educação para a manutenção de seu poder e para a perpetuação das condições sociais que lhe dariam sustento.

Portanto, nessa sociedade pós-moderna, tudo tornou-se temporário, todas as relações tornaram-se efêmeras, rápidas. Os anos passam mais rápido pois nos apegamos menos ao valor real do mundo. Os amores passam, as amizades passam, a certeza passa. Tudo se desmancha no ar, tudo se desvencilha, nada é sólido, tudo é líquido.

Por isso passo tanto tempo a olhar para os rios que cortam minha vida. A verdade é que no começo não haviam rios, mas viver trouxe consigo dilúvios. Um grande mestre uma vez disse "Seja como a água, meu amigo", e nós assim vivemos, somos amorfos, não temos forma alguma, passamos a vida contornando os problemas, mas não nos firmando a nada.

É nisto que a sociedade se transformou, em algo sem forma, líquido, assim são as instituições e assim são as relações sociais."


Autores das citações (por ordem de que aparecem):
Karl Marx; Paulo Sérgio do Carmo; Paulo Freire; Bruce Lee.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Carta Sem Título

Estamos chegando a mais um fim de ano, e o primeiro do blog, espero que agora de férias nós postemos mais e divulguemos um pouco mais também.
Bem, esse texto eu escrevi ontem (ou hoje, depende do ponto de vista) de madrugada. Estava no msn sem nada para fazer, como sempre, e me veio uma vontade inevitável de escrever, e foi isso que saiu.
Ao contrário de alguns poemas, esse é realmente o título do texto. Não o escrevi para ser uma carta, mas após relê-lo imaginei como se alguém estivesse lendo-o em um papel de carta, meio amarelado e antigo. É "Sem Título" pois a saudade não precisa ser nomeada, já é por si só saudade e compreensível, portanto, uma carta que fale sobre saudade também não precisa de título algum.
Espero que gostem. Abraços

Carta sem título (Ricardo José)

Tive uma vida bem simples ao teu lado, ainda me lembro das horas incertas que passei ouvindo sua voz, das tardes quentes que passávamos colados e dos invernos que passamos afastados. Às vezes ainda olho pela janela e me lembro de nós dois andando na areia, rindo da inevitabilidade do mar...

Vejo-me reparando incrédulo o solstício e procuro um sinal, um sinal de que o dia não seja mais longo, mas apenas mais doloroso, mais infinito na saudade ... Às vezes me pego olhando para o pôr do sol, vejo como o sol pinta as nuvens com um laranja vivo e preguiçoso, que se demora em cada espelho e se reflete em cada flor, que abre tantas rosas quanto as que fecha.

Ouço tantas músicas que na verdade não as ouço. Fico pensando em você e deixo a melodia formar o seu contorno, deixo a letra ser um rascunho da sua voz e permito-me esquecer de tudo em cada batida.

Tantos livros que li, e para quê? Nenhum deles contou minha história por inteiro, nenhum deles me serviu por inteiro, nenhum deles foi verdadeiro. Eram apenas histórias, rabiscos cegos marcados no meu pulso. Cada linha foi um parágrafo de meus pensamentos.

Passo tanto tempo pensando que às vezes acho que não penso em nada. É uma voz na minha cabeça que eu me reluto a ouvir. São palavras que não saem, são pássaros que não sabem voar.

Tudo que eu escrevo não passa de verdades mascaradas sobre mentiras. Quantos amores inventados para falar de uma paixão. Quantas dores que nunca senti, quantas conversas que não tive. Mas quantos beijos eu quis ... Quantas saudades senti ... Como desejei ter vivido muito do que li, ouvi, escrevi. Desejei muito ter vivido o que não fosse meu.

Saudade é algo que vem e fica, uma dor que, de tão grande, permite-se expor momentos de alegria. Inevitavelmente ela vem, e felizmente não se vai. Felizmente pois saudade é uma droga que vicia a memória a se lembrar das coisas boas, e em um mundo tão triste, nada de maior martírio do que fazer o coração sofrer para fazer o corpo sorrir.

Bem, meu amor, você se foi e não me importo mais. Não me importo pois revivo tudo o que fizemos e ainda vivo. Ainda sigo pelo parque vendo as flores caírem iluminadas e sorrio. Sorrio pois me lembro do teu riso. Ainda vejo o mar servir de sepulcro, ainda sinto o vento servir de calmante e ouço os pássaros ao fundo me lembrando quantos sons existem.

Mas nem sempre quero que sua ausência retorne. Como é ruim perceber que estou só às vezes. Como é ruim olhar a janela e ver a chuva fria escorrer nos meus olhos, salgada e infinda.

Mas hoje, a única tristeza que tenho é a de passar esta madrugada só, olhando o filme da madrugada contar nossas vidas, reparar que o cabelo da atriz me faz lembrar da tua segurança e voz. Não, tua companhia era do que eu mais precisava no momento em que você menos quis. Vou desligar a TV mas de nada adianta, não posso apagar o nosso mundo, não posso criar uma nova vida sem passado.

Na verdade não posso ter futuro. Não posso pois irei me apaixonar de novo, e esquecer parte de nosso mundo, e criar outro com novos erros, novos sorrisos, mas que no final, também acabará, e também deixará suas marcas impressas na minha boca e um frio apaixonado de ausência ...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Capitão de Indústria

Ultimamente tenho ouvido muito Marcos Valle e tenho percebido que suas músicas são muito lindas, poéticas e infelizmente desconhecidas, então sinto-me no dever de expor aqui esse artista genial que está vivo até hoje e faz música de qualidade como poucos.
A música que vou postar se chama Capitão de Indústria e é uma composição dele junto com seu irmão Paulo Sérgio Valle (outro genio da MPB). Ela tem uma letra incrivelmente crítica e poética. Pesquisando um pouco sobre a música descobri que não existe nenhuma versão do próprio Marcos Valle cantando ela (pelo menos não consegui achar no Youtube)porém existe uma versão do cantor Djalma Dias e outra com a letra mais condensada dos Paralamas do Sucesso, postarei as duas e as duas versões da letra.

Capitão de Indústria
Djalma Dias

Eu
Às vezes fico a pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais

Eu
Às vezes penso em fugir
E quero até desistir
Deixando tudo pra trás

É
É que eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei

Eu
Não sei da vida, da estrada, do amor e das coisas
Livres, coloridas
Nada poluídas

Qual
Acordo pra trabalhar
Eu durmo pra trabalhar
Eu corro pra trabalhar

Mal
Não tenho tempo de ter
Um tempo livre de ter
Ou nada ter que fazer

Eu
Não vejo além da fumaça que passa
E polui o ar
Eu nada sei

Eu
Só sei que tenho esse nome honroso, pomposo
Capitão de indústria
Capitão de indústria

Qual
Acordo pra trabalhar
Eu durmo pra trabalhar
Eu corro pra trabalhar

Mal
Não tenho tempo de ter
Um tempo livre de ter
Ou nada ter que fazer

Eu
Não vejo além da fumaça que passa
E polui o ar
Eu nada sei

Eu
Só sei que tenho esse nome honroso, pomposo
Capitão de indústria
Capitão de indústria



Agora a versão dos Paralamas


Capitão De Indústria
Os Paralamas do Sucesso

Eu às vezes fico a pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei

Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Ah, Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar

Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça
Que passa e polui o lar
Eu nada sei
Eu nao vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas

Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Ah, Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar



Existe também uma versão com o Jairzinho cantando que foi feita para o Som Brasil Marcos Valle mas não a postarei.

Espero que todos gostem e que procurem ouvir mais de Marcos Valle como por exemplo : Preciso Aprender a Ser Só, Mustang Cor de Sangue, Com Mais de 30, etc...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pestanejar

Me deu vontade de aqui em casa fazer um top das melhores musicas de umas bandas que eu gosto e quero compartilhar, vou começar com o blink...

5 - Happy Holidays, You Bastard
''It's christmas eve and I've only wrapped two fuckin' presents''

Talvez a mais punk das músicas do blink, em menos de um minuto sempre conseguindo me deixar feliz lembrando de épocas natalinas

4 - Easy Target
''That's what she wanted''

Essa a letra não tem nada de extraordinário, mas da experimentalidade do self-titled veio uma baita melodia iniciada com uma bateria bem daorinha

3 - Wasting Time
''Maybe I'd impress her by being in a band''

Música pouco conhecida, bem old-school mas sempre quando se está afim de alguém é inevitável que esse refrão venha a mente

2- Going Away To College
''I'll write you once a week she said''

Sei la, nao sei se o fato de eu estar em ritmo de faculdade ajuda, mas sempre que eu escuto essa musica eu fico entusiasmado, a introduçao dela com a guitarra sem distorção ja da um gás, depois entra a intro solada, bem divertida

1- Dammit
''Well I guess this is growing up''

Cover cativo da Joule, é a música que ajudou o blink a ser conhecido, introdução reconhecida em qualquer lugar do mundo ela é perfeita se tu quer ficar feliz, animado, boladão ou se tu quer apenas escutar uma boa canção



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Voltando aos poucos

Olá galera do Blog,me desculpem pela minha ausência, minha vida está muito corrida e eu não to tendo tempo pra muita coisa agora na reta final. Enfim, ainda não tive tempo pra ler os textos dos meus companheiros e me atualizar no blog, em breve farei isso, mas hoje eu queria mesmo era postar um poema meu.

7 Letras

Eu sei que em seu pescoço ainda resta um beijo meu.
Porém, no fim da festa, quem estava com você não era eu.

A realidade desse relacionamento é dura de mais pra mim.
E que relacionamento ? Será que houve algo antes do fim ?

Ainda sobrevive em mim a primeira lembrança,
A primeira visão dos teus olhos e aquela certa semelhança.

O destino a ecoar em minha mente inquieta,
Revisando meus erros, revendo minha meta.

Perguntas, rosas, tantos poemas.
Incertezas, 7 letras, cartas na mesa.
E Quem queria tudo...
Agora não tem paz.







Fiz algumas alterações agora de última hora, espero que gostem


Ps. Haverá um show no dia 11 da Scurvy (banda minha e do Ricardo) na Tijuca, não sabemos o horário ainda e nem o nosso horário, só sabemos que esse show terá 4 músicas nossas, que estamos preparando com todo o nosso amor e carinho, e será a apresentação oficial da nossa nova baixista, a renomada Beatriz Skiny !
(Tô sem saco agora pra fazer convite bonitinho, quando tiver mais perto do show o Ricardo escreve alguma coisa, ele sabe fazer isso melhor que eu XD)

Beijo no cérebro

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Flores - Conto

Pessoal, vou postar algo um pouco diferente do habitual. Este é um "conto" que escrevi a bem pouco tempo atrás (3 semanas no máximo). Não é o primeiro, mas será o primeiro que postarei e, quem sabe, postarei mais nas próximas vezes.
Digam-me o que acham!!!


Flores (Ricardo José)

Era mais um dia normal, toda a simplicidade do cotidiano coexistia. Ainda sentado no sofá, com um livro semi-aberto nas mãos, o rádio tocava algo quase imperceptível. Tudo que ouvia era o balançar das árvores do lado de fora e o uivo do vento. Seus olhos cerrados, não dormia, mas não estava consciente. Sua cabeça pendeu para o lado, acordou de súbito, de repente a música parecia alta demais. Passou as mãos no rosto e esfregou a cabeça. Dez minutos daquele jeito, parecera um ano. Quantas recordações lhe vieram, quantos planos ... Fechou as janelas, e com elas as ilusões.

O frio percorreu-lhe o corpo, e com ele a solidão. Mas que droga, ele falou bem alto. Não queria pensar naquilo, naquela tristeza. Estava cansado de sentir-se assim, mas não sabia como fugir daquilo. Passava o dia assim, aonde quer que estivesse, o mais simples pensamento lhe remetia a ela.

Acontecera de novo, estava paralisado olhando pela janela, vendo a estranha dança das borboletas, confundia-as com as cores das rosas. Rosas ... Por que quando nos apaixonamos tudo parece interligado? Quanto mais tentava esquecer mais lembrava.

Tentou odiá-la, mas foi o inverso. Desistiu, deixou este trabalho para o tempo. Mas por que demorava tanto? Pensou em perdoá-la, mas não dava, isto era impossível, ela brincara com ele, ferira-o de tal forma e com tanto empenho que era digna de um prêmio. Devia haver um para gente como ela ...

Olhou para a cama e se viu deitado ao lado dela. Mas também viu o outro, viu os dois rindo dele. Há uma semana que não se deitava naquela cama.

Sentiu raiva. Quis ligar para ela, xingá-la, humilhá-la, mas claro, não o fez. Jamais conseguiria, não era o seu modo de agir.

Na fatídica tarde em que tudo começara ele também se sentiu assim, impotente, queria quebrar tudo, mas manteve uma calma glacial, inexistente. Falou tudo que sentia. Queria ter perdido a razão, queria não ser assim.

Não sabia quanto tempo mais iria reviver aquilo tudo. Mas apesar das dores, sorria inúmeras vezes ao se lembrar dela e deles dois juntos.

Acho que a vida é assim, ele pensava, momentos bons e ruins. Só precisamos aprender a encará-los na hora certa.

Riu. Quantos livros lhe diriam aquilo? Biscoitos da sorte diziam o mesmo.

Sentou-se novamente no sofá. Olhou placidamente o movimento ininterrupto do ventilador. Acendeu um cigarro e viu a fumaça subir tímida, dispersante.

O som do rádio voltou a sumir, como a fumaça. Os últimos raios de sol incidiam e formavam cores infindas nas lágrimas que escorriam de seus olhos. Não chorava por vontade, era um grito de sua alma, um transbordar do pranto. O renovar da esperança.

O mar parecia perto e o horizonte era palpável, sentiu o amargo beijo da saudade vir com o vento gélido. Viu o sol se pôr e seus olhos fecharem, seu peito tinha o ritmo das marés. Não pensava mais nela, mas via as paredes de seu castelo interno desmoronarem com o mar.

Entendeu ao ver a dança da natureza, todo fim é o início de um ciclo eterno. Como borboletas dançamos, voamos e buscamos em cada flor nossa desenvoltura e o completar de nosso âmago. Em cada flor morremos e ressuscitamos. Em cada flor, em cada amor, vivemos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais Rio

Vou postar aqui um trexo de um post do blog do Luiz Eduardo Soares que um professor passou.
Muitos devem conhecê-lo. Vamos ao que importa:

Quem quiser lê-la toda, este é o link do blog dele: http://luizeduardosoares.blogspot.com/2010/11/crise-no-rio-e-o-pastiche-midiatico.html

"(...).
Serei, por assim dizer, curto e grosso, aproveitando-me do expediente discursivo aqui adotado, em que sou eu mesmo o formulador das questões a desconstruir. Eis as respostas, na sequência das perguntas, que repito para facilitar a leitura:
(a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a violência e resolver o desafio da insegurança?
Nada que se possa fazer já, imediatamente, resolverá a insegurança. Quando se está na crise, usam-se os instrumentos disponíveis e os procedimentos conhecidos para conter os sintomas e salvar o paciente. Se desejamos, de fato, resolver algum problema grave, não é possível continuar a tratar o paciente apenas quando ele já está na UTI, tomado por uma enfermidade letal, apresentando um quadro agudo. Nessa hora, parte-se para medidas extremas, de desespero, mobilizando-se o canivete e o açougueiro, sem anestesia e assepsia. Nessa hora, o cardiologista abre o tórax do moribundo na maca, no corredor. Não há como construir um novo hospital, decente, eficiente, nem para formar especialistas, nem para prevenir epidemias, nem para adotar procedimentos que evitem o agravamento da patologia. Por isso, o primeiro passo para evitar que a situação se repita é trocar a pergunta. O foco capaz de ajudar a mudar a realidade é aquele apontado por outra pergunta: o que fazer para aperfeiçoar a segurança pública, no Rio e no Brasil, evitando a violência de todos os dias, assim como sua intensificação, expressa nas sucessivas crises?
Se o entrevistador imaginário interpelar o respondente, afirmando que a sociedade exige uma resposta imediata, precisa de uma ação emergencial e não aceita nenhuma abordagem que não produza efeitos práticos imediatos, a melhor resposta seria: caro amigo, sua atitude representa, exatamente, a postura que tem impedido avanços consistentes na segurança pública. Se a sociedade, a mídia e os governos continuarem se recusando a pensar e abordar o problema em profundidade e extensão, como um fenômeno multidimensional a requerer enfrentamento sistêmico, ou seja, se prosseguirmos nos recusando, enquanto Nação, a tratar do problema na perspectiva do médio e do longo prazos, nos condenaremos às crises, cada vez mais dramáticas, para as quais não há soluções mágicas.
A melhor resposta à emergência é começar a se movimentar na direção da reconstrução das condições geradoras da situação emergencial. Quanto ao imediato, não há espaço para nada senão o disponível, acessível, conhecido, que se aplica com maior ou menor destreza, reduzindo-se danos e prolongando-se a vida em risco.
A pergunta é obtusa e obscurantista, cúmplice da ignorância e da apatia.
(b) O que as polícias fluminenses deveriam fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?
Em primeiro lugar, deveriam parar de traficar e de associar-se aos traficantes, nos “arregos” celebrados por suas bandas podres, à luz do dia, diante de todos. Deveriam parar de negociar armas com traficantes, o que as bandas podres fazem, sistematicamente. Deveriam também parar de reproduzir o pior do tráfico, dominando, sob a forma de máfias ou milícias, territórios e populações pela força das armas, visando rendimentos criminosos obtidos por meios cruéis.
Ou seja, a polaridade referida na pergunta (polícias versus tráfico) esconde o verdadeiro problema: não existe a polaridade. Construí-la –isto é, separar bandido e polícia; distinguir crime e polícia-- teria de ser a meta mais importante e urgente de qualquer política de segurança digna desse nome. Não há nenhuma modalidade importante de ação criminal no Rio de que segmentos policiais corruptos estejam ausentes. E só por isso que ainda existe tráfico armado, assim como as milícias.
Não digo isso para ofender os policiais ou as instituições. Não generalizo. Pelo contrário, sei que há dezenas de milhares de policiais honrados e honestos, que arriscam, estóica e heroicamente, suas vidas por salários indignos. Considero-os as primeiras vítimas da degradação institucional em curso, porque os envergonha, os humilha, os ameaça e acua o convívio inevitável com milhares de colegas corrompidos, envolvidos na criminalidade, sócios ou mesmo empreendedores do crime.
Não nos iludamos: o tráfico, no modelo que se firmou no Rio, é uma realidade em franco declínio e tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. Incapaz, inclusive, de competir com as milícias, cuja competência está na disposição de não se prender, exclusivamente, a um único nicho de mercado, comercializando apenas drogas –mas as incluindo em sua carteira de negócios, quando conveniente. O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, anti-econômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los (nada disso é necessário às milícias, posto que seus membros são policiais), mantê-los unidos e disciplinados, enfrentando revezes de todo tipo e ataques por todos os lados, vendo-se forçados a dividir ganhos com a banda podre da polícia (que atua nas milícias) e, eventualmente, com os líderes e aliados da facção. É excessivamente custoso impor-se sobre um território e uma população, sobretudo na medida que os jovens mais vulneráveis ao recrutamento comecem a vislumbrar e encontrar alternativas. Não só o velho modelo é caro, como pode ser substituído com vantagens por outro muito mais rentável e menos arriscado, adotado nos países democráticos mais avançados: a venda por delivery ou em dinâmica varejista nômade, clandestina, discreta, desarmada e pacífica. Em outras palavras, é melhor, mais fácil e lucrativo praticar o negócio das drogas ilícitas como se fosse contrabando ou pirataria do que fazer a guerra. Convenhamos, também é muito menos danoso para a sociedade, por óbvio.
(c) O Exército deveria participar?
Fazendo o trabalho policial, não, pois não existe para isso, não é treinado para isso, nem está equipado para isso. Mas deve, sim, participar. A começar cumprindo sua função de controlar os fluxos das armas no país. Isso resolveria o maior dos problemas: as armas ilegais passando, tranquilamente, de mão em mão, com as benções, a mediação e o estímulo da banda podre das polícias.
E não só o Exército. Também a Marinha, formando uma Guarda Costeira com foco no controle de armas transportadas como cargas clandestinas ou despejadas na baía e nos portos. Assim como a Aeronáutica, identificando e destruindo pistas de pouso clandestinas, controlando o espaço aéreo e apoiando a PF na fiscalização das cargas nos aeroportos.
(d) A imagem internacional do Rio foi maculada?
Claro. Mais uma vez.
(e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?
Sem dúvida. Somos ótimos em eventos. Nesses momentos, aparece dinheiro, surge o “espírito cooperativo”, ações racionais e planejadas impõem-se. Nosso calcanhar de Aquiles é a rotina. Copa e Olimpíadas serão um sucesso. O problema é o dia a dia.
Palavras Finais
Traficantes se rebelam e a cidade vai à lona. Encena-se um drama sangrento, mas ultrapassado. O canto de cisne do tráfico era esperado. Haverá outros momentos análogos, no futuro, mas a tendência declinante é inarredável. E não porque existem as UPPs, mas porque correspondem a um modelo insustentável, economicamente, assim como social e politicamente. As UPPs, vale dizer mais uma vez, são um ótimo programa, que reedita com mais apoio político e fôlego administrativo o programa “Mutirões pela Paz”, que implantei com uma equipe em 1999, e que acabou soterrado pela política com “p” minúsculo, quando fui exonerado, em 2000, ainda que tenha sido ressuscitado, graças à liderança e à competência raras do ten.cel. Carballo Blanco, com o título GPAE, como reação à derrocada que se seguiu à minha saída do governo. A despeito de suas virtudes, valorizadas pela presença de Ricardo Henriques na secretaria estadual de assistência social --um dos melhores gestores do país--, elas não terão futuro se as polícias não forem profundamente transformadas. Afinal, para tornarem-se política pública terão de incluir duas qualidades indispensáveis: escala e sustentatibilidade, ou seja, terão de ser assumidas, na esfera da segurança, pela PM. Contudo, entregar as UPPs à condução da PM seria condená-las à liquidação, dada a degradação institucional já referida.
O tráfico que ora perde poder e capacidade de reprodução só se impôs, no Rio, no modelo territorializado e sedentário em que se estabeleceu, porque sempre contou com a sociedade da polícia, vale reiterar. Quando o tráfico de drogas no modelo territorializado atinge seu ponto histórico de inflexão e começa, gradualmente, a bater em retirada, seus sócios –as bandas podres das polícias-- prosseguem fortes, firmes, empreendedores, politicamente ambiciosos, economicamente vorazes, prontos a fixar as bandeiras milicianas de sua hegemonia.
Discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das polícias, no Rio, para que estas deixem de ser incubadoras de milícias, máfias, tráfico de armas e drogas, crime violento, brutalidade, corrupção? Como se refundarão as instituições policiais para que os bons profissionais sejam, afinal, valorizados e qualificados? Como serão transformadas as polícias, para que deixem de ser reativas, ingovernáveis, ineficientes na prevenção e na investigação?
As polícias são instituições absolutamente fundamentais para o Estado democrático de direito. Cumpre-lhes garantir, na prática, os direitos e as liberdades estipulados na Constituição. Sobretudo, cumpre-lhes proteger a vida e a estabilidade das expectativas positivas relativamente à sociabilidade cooperativa e à vigência da legalidade e da justiça. A despeito de sua importância, essas instituições não foram alcançadas em profundidade pelo processo de transição democrática, nem se modernizaram, adaptando-se às exigências da complexa sociedade brasileira contemporânea. O modelo policial foi herdado da ditadura. Ele servia à defesa do Estado autoritário e era funcional ao contexto marcado pelo arbítrio. Não serve à defesa da cidadania. A estrutura organizacional de ambas as polícias impede a gestão racional e a integração, tornando o controle impraticável e a avaliação, seguida por um monitoramento corretivo, inviável. Ineptas para identificar erros, as polícias condenam-se a repeti-los. Elas são rígidas onde teriam de ser plásticas, flexíveis e descentralizadas; e são frouxas e anárquicas, onde deveriam ser rigorosas. Cada uma delas, a PM e a Polícia Civil, são duas instituições: oficiais e não-oficiais; delegados e não-delegados.
E nesse quadro, a PEC-300 é varrida do mapa no Congresso pelos governadores, que pagam aos policiais salários insuficientes, empurrando-os ao segundo emprego na segurança privada informal e ilegal.
Uma das fontes da degradação institucional das polícias é o que denomino "gato orçamentário", esse casamento perverso entre o Estado e a ilegalidade: para evitar o colapso do orçamento público na área de segurança, as autoridades toleram o bico dos policiais em segurança privada. Ao fazê-lo, deixam de fiscalizar dinâmicas benignas (em termos, pois sempre há graves problemas daí decorrentes), nas quais policiais honestos apenas buscam sobreviver dignamente, apesar da ilegalidade de seu segundo emprego, mas também dinâmicas malignas: aquelas em que policiais corruptos provocam a insegurança para vender segurança; unem-se como pistoleiros a soldo em grupos de extermínio; e, no limite, organizam-se como máfias ou milícias, dominando pelo terror populações e territórios. Ou se resolve esse gargalo (pagando o suficiente e fiscalizando a segurança privada /banindo a informal e ilegal; ou legalizando e disciplinando, e fiscalizando o bico), ou não faz sentido buscar aprimorar as polícias.
O Jornal Nacional, nesta quinta, 25 de novembro, definiu o caos no Rio de Janeiro, salpicado de cenas de guerra e morte, pânico e desespero, como um dia histórico de vitória: o dia em que as polícias ocuparam a Vila Cruzeiro. Ou eu sofri um súbito apagão mental e me tornei um idiota contumaz e incorrigível ou os editores do JN sentiram-se autorizados a tratar milhões de telespectadores como contumazes e incorrigíveis idiotas.
Ou se começa a falar sério e levar a sério a tragédia da insegurança pública no Brasil, ou será pelo menos mais digno furtar-se a fazer coro à farsa."

domingo, 28 de novembro de 2010

Para nunca esquecermos

Na verdade é pueril pensarmos que a favelização deu-se apenas por projetos urbanos feitos pela metade. A intenção do governo - desde a República Velha - era erradicar primeiro os cortiços e depois as favelas. Excluí-las sócio-espacialmente do perímetro urbano. Bem, conseguiram ... Não é difícil percebermos o quanto a população carioca, brasileira e mundial dá as costas às favelas, a pobreza e a marginalização do mundo todo.
Esta situação que infelizmente estamos presenciando e, obviamente, ficandos horrorizados e indignados, é uma triste rotina de muita gente. Houveram outras vezes em que o Exército foi chamado para interferir no caos carioca. Entretanto, justamente por este filme se repetir tantas vezes é que ficamos céticos.
Sou a favor das ocupações, sou a favor das UPPs, sou a favor da extirpação do crime organizado e do poder paralelo. O monopólio do poder cabe ao Estado, e o Estado deve utilizá-lo para garantir a sobrevivência daqueles que o governam. Porém não é apenas com estas ocupações que livraremos a longo prazo o Rio da violência. Violência não se resolve com violência (o contrário do que aquele texto ridículo da prova do ENEM nos dizia - o mesmo que nos relatava que o salário de um traficante é muito mais alto do que o nosso salário de bacharel será um dia).
Necessitamos de uma boa política de Segurança Pública, que deve estar em consonância com políticas de educação, saúde e oportunidades de emprego. De que adianta erradicarmos os criminosos se não erradicamos os mitos que se criaram acerca de suas imagens. Como podemos esperar que uma criança escolha estudar anos de sua vida em uma escola precária sem saber se arranjará emprego, quando ela pode entrar para o crime e em alguns anos ganhar respeito e dinheiro.
Este é o mesmo discurso que todo mundo faz e ouve, mas talvez seja o certo. Ainda tem muito o que melhorar no Rio de Janeiro e no Brasil, entretanto o simples fato de vermos o apoio dos civis a ocupação das favelas comandadas por crime organizado, já nos faz perceber que a cara do rio está mudando. Se nos comprometemos a um "Contrato Social" com nossos governantes, é mais do que necessário que confiemos nesses governantes. Se abdicamos de nossa já ressecada liberdade para que eles nos dêem segurança e garantam nossos direitos, deve existir uma relação de confiança. Por maiores que sejam as críticas feita às UPPs, elas proporcionaram um sentimento maior de segurança e de união ao estado.
E Cesar, eu gostaria muito que a população se mobilizasse em uma passeata contra o crime organizado e essas coisas, porém, somos munidos apenas de palavras e ideologias, eles estão munidos de metralhadoras e afins. A sociedade já está fazendo a sua parte, que é a de ajudar o poder público apoiando as operações policiais, denunciando os bandidos e principalmente sobrevivendo a cada dia.

Creio que não tenha mudado muita coisa, tinha mais coisas para falar mas não quero deixar o post muito longo e cansativo.
Abraços, e que esta situação melhore e quem sabe vejamos um dia o Rio realmente como uma cidade maravilhosa.
"o Rio continua lindo ..."

sábado, 27 de novembro de 2010

Para quebrar um pouco o clima de tensão...

Cambada toda estressada e puta com o estado caótico do Rio. Como é típico de minha parte fazer piadas *geralmente* toscas sobre assuntos *quase sempre* sérios, vou tentar animar o ânimo da galera com um dos grandes poemas dos gênios anônimos que por aí andam.


"Toilet Thinker"

I come here to shit and stink,
But all I do is sit and think;
And I sit here, brokenhearted -
Couldn't shit, only farted.

Some come here to sit and think,
some come here to shit and stink,
but I come here to itch my balls,
and read the writing on the walls.

Here I lie, in stinky vapour,
'Cuz a bastard stole the toilet paper;
Shall I lie, shall I linger..
Or shall I be forced to use my finger?

Apesar de querer animar os ânimos da galera, também me aproveito do poema para dar uma idéia para os amigos refletirem...
O povão, os metidos a ricos, os que não aguentam mais o estado atual, os ricos convencidos, os humildes que são pegos no fogo cruzado, os que se cansaram de apanhar... São exatamente os que não fazem absolutamente nada para mudar isso. Assim como nosso pensador do banheiro, estão presos àquela merda, envoltos por seu vapor, sentados sem o papel higiênico necessário para limpar a cagada por culpa de algum filho da puta.
Reflitam... O pensador tem algumas opções pra sair daquela situação, mas nada faz. E vocês, caros amigos? Ficariam parados reclamando e pensando ou usariam o dedo (ou a meia, a camisa, gritaria, sairia de bunda suja...)?

Para virar filme

Um choque, uma revolta, e isso tudo causado pelo dito “sistema”. Teorias e achamentos nos levam a crer que nesse país a culpa é variavelmente mutável, de pessoa a pessoa, de lugar a lugar. Esse choque de poder e sociedade fazem os menos favorecidos acreditarem naquele que trás a melhor história (estória não existe). Do poder público a criminosos, de usuários até nós mesmos. A realidade? Somos partes, todos nós, de uma culpa coletiva, ajudando uns aos outros a escapar da justiça que se for feita de fato levaria o povo, do baixo ao alto, do feio ao bonito, para a cadeia.
Entro com esse choque de idéias para criticar as mesmas cerca do que acontece atualmente com a nossa cidade, o Rio de Janeiro, que mais que uma cidade maravilhosa, a nossa cidade. Esse choque se inicia a partir do momento em que urbanistas idealizaram projetos pela metade, porém não digo que a história e seus personagens estiveram errados, o que se passou não pode ser de fato questionado até porque não vivemos na mesma época. O projeto estava pela metade porque se planejava o transporte, mas não se planejava o social, e isso levou a procura pelas favelas como moradia, não precisa ser especialista e nem muito inteligente para perceber isso. Na verdade esse não foi o começo, mas vou começar por aí para ser rápido e direto. O governo, e a população, demorou a reconhecer esses lugares de moradia precária, enquanto outros, os “bandidos”, usavam esses lugares para se esconder e se afirmar como poder, e é claro, realizar ali o ponto principal do comércio, seguros na sua própria sociedade, depois de um tempo surgiram às milícias, policiais militares perceberam o lucro da região e as tomaram com a ajuda de políticos mal intencionados, os corruptos, como mostra o filme “Tropa de Elite 2”, mas essa parte já vem bem explicada no filme. Isso tudo, com a criada UPP, nos levam aos dias de hoje.
Hoje, podemos dizer que a culpa vem de cima, daqueles que hoje mandam polícias e militares para confrontar bandidos numa Guerra Civil carioca, mas também as teorias não terminam por aí, os culpados, podem também vir da nossa classe, os viciados, que sempre sustentaram o que hoje estamos TODOS cultivando. E nessa guerra aonde achamos vários culpados, porém todos incertos, temos vítimas, temos ameaças, temos medo, no que poderíamos chamar de mais novo episódio da história dessa cidade, um episódio, que, como outros, terá filmes que abordam o assunto, da visão do rico, da visão do pobre, da visão geral, mas mesmo assim, apesar de tudo isso, o que mais me deixa indignado, além de não poder fazer nada, é que depois desse filme a situação vai continuar igual.
Mas o Rio continua lindo...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Poemas e mais poemas

Já tem um tempo que não posto poemas (e na verdade acho que tem tempo que ninguém abre esse blog), portanto resolvi postar dois poemas meus. O primeiro, "Poema IV", foi escrito a algum tempo atrás (um ou dois meses), e tem esse título porque eu sou péssimo para nomear textos e não consegui pensar em nenhum nome. O segundo, "Chuva de Lírios", foi escrito esta semana ao acaso, a partir de uma conversa que eu estava tendo com o Rodrigo.
Já a terceira não é um poema, é uma música do grande Chico Buarque, que dispensa apresentações.

Poema IV (Ricardo José)

Na escuridão do amanhecer,
Perco-me em suas curvas
E inebriado por seus beijos
Adormeço ao teu lado.

No frio que sinto ao meio-dia,
Longe de ti,
Anseio seus olhos,
Penso em seus lábios.

No desejo do entardecer,
Confundo-me com seus cabelos
E no suspiro uníssono
O amor grita e se sacia.

Na inverossimilhança do anoitecer,
Ouço tua voz doce e suave
Que se perde em meus devaneios
E se funde ao véu da noite.

No calor da madrugada
Choro em teus braços,
Pelos abraços que não tive,
Pela saudade que um dia sentiria.


Chuva de Lírios (Ricardo José)

Noite escura sem luar,
Nem mesmo o mar me encontrou
Nem as estrelas sorriram.
As árvores se envergaram
Para ouvir meu doce pranto
E o vento congelou minhas lágrimas,
Para sempre em meu rosto magro.

Vejo apenas esta chuva
Que dissolve meus vãs pensamentos,
E que com a límpida água
De seus devaneios,
Minha saudade germine,
Nesta madrugada lenta,
Em um amor.

Que a lua apareça
E reflita, em uma espiral
De cores, a luz de teus olhos
Em cada gota de chuva
Que irrompe deste céu amargo.

Que o desabrochar do lírio
Venha com o início da aurora,
Com o final da chuva,
Com o teu beijo,
Com você.




Roda Viva (Chico Buarque)

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá

Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá

Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá

Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá

Roda mundo (etc.)

sábado, 20 de novembro de 2010

Nalgum Lugar

Mais um post, mas agora uma música belíssima de Zeca Baleiro.
Na verdade a letra não é dele, é de um poema de e. e. cummings, cuja tradução foi feita por Augusto dos Anjos. Entretanto Zeca nos deu esta maravilhosa interpretação para a música, além da melodia espetacular.

Nalgum Lugar (e. e. cummings)

nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas


Dissabores

Sinto-me cansado, mais do que fisicamente, sinto-me exaurido mentalmente, vejo-me exausto com o mundo.
Não aguento mais manchar as minhas mãos de sangue sempre que abro os jornais. Não aguento mais passar na rua e ver homens, mulheres, crianças e velhos jogados na rua, com fome e frio, entregando-se às drogas para "enfrentar" um mundo que escolhemos não ver. Sinto meu peito pesar com tanta miséria espalhada, e sinto-me enfurecido com tanta riqueza concentrada.
Não quero tornar este um post 'anti-capitalismo', até porque sei que são poucos o que aguentam ouvir esses meus discursos chatos, mas não consigo me acostumar com a ideia de viver nesta desigualdade e não ligar para ela. Já fui recriminado inúmeras vezes por minha necessidade de falar sobre política e fazer críticas (muitas vezes construtivas, pois às vezes nos esquecemos que criticar também é falar bem). Resultado: parei de discursar sobre minha indignação quanto ao estado precário da sociedade global, em como nos vendemos, parei de falar sobre a espoliação que sofremos nesses 510 anos de história, dos latifúndios, dos monopólios, das 'ajudas' internacionais, da belíssima "Doutrina Monroe", dos nossos 121 de majestosa República que jamais governou para o povo, que jamais foi proclamada pelo povo.
Mas é impossível para mim manter-me calado frente a tamanhas atrocidades, pode-se ver pelo parágrafo anterior ...
Na verdade eu ia apenas escrever que já estava cansado de provas de vestibular e que já não tinha certeza da minha escolha de curso (algo frequentemente normal na minha vida, se indecisão matasse ...). Eu estou prestando para Psicologia, mas tenho dúvidas em relação ao curso de Ciências Sociais. Um perrengue na minha vida, uma tempestade em copo d'água, eu sei, mas fazer o quê ...
Desculpem pelo post um pouco mais ácido, mas como tenho falado menos sobre essas coisas acabo escrevendo mais sobre elas, é uma forma de eu encontrar meu equilíbrio.
São quase insaciáveis esses dissabores, chegam até a ser deliciosamente intragáveis.
Abraços e boa prova amanhã! (a todos que farão para a UFRJ)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

RE: Marés de Sol

Pois é, Ricardo. Nesse último mês, senti-me envelhecer uns 20 anos, emocionalmente e mentalmente.
Assim como sua frase estranha, passo pela minha. Nos últimos dias, principalmente.

Você comentou "nada na vida é eterno, tudo morre, mas não é por isso que devemos viver vagamente. Cada momento terá sua marca e será infinita enquanto vivermos, pois não devemos ditar o infinito pelo tempo, mas pelo que dele aproveitamos, nossa vida é infinita enquanto vivermos." . Simpatizo com isso. Pela primeira vez, ao sair de um relacionamento (explico em breve), não caí em prantos, não estou depressivo, não me sinto como um suicida. Pelo contrário, me sinto feliz, alegre. Quotando a mesma frase de Vinícius de Moraes "Mas que seja infinito enquanto dure". Não choro porque acabou, mas fico em êxtase, feliz e alegre ao saber que realmente existiu, não importa a duração disso.


Agora à explicação: Meu namoro acabou, amigos. Como um cavalo no Tabuleiro de Xadrez, sinto-me um estrategista que sempre busca o melhor posicionamento. Acho que em meu subconsciente, me fiz namorado para ajudar as fases ruins de ambos os lados a passarem. Sou o melhor amigo, não sirvo para desempenhar a função de namorado. Mas fiz o que pude, fui o melhor que pude. E pude ajudar a deixar alguém feliz, ao mesmo tempo em que estava feliz por isso e amadurecia. Eu era livre desde que a conheci. Eu retomei as rédeas da minha razão, minha vida entrou no rumo novamente. Sou extremamente grato à Ela por isso.

Peço desculpas aos amigos do blog por usá-lo como um dos meus confessionários. Agradeço à paciência de vocês para comigo.

Abraço à todos, espero que não cancelem nosso ENEM e que possamos entrar nas facul antes de 2012. Sei lá, quero entrar antes que acabe o mundo, sacou? rsrs