Fala ae galaera do blog, todo mundo suave na nave ?
Bom, hoje é sexta-feira, meu dia de postar, e hoje já começo com novidade para os senhores, escrevi meu primeiro "conto" (ainda não sei ao certo como classificar)e queria compartilhar com meus parceiros de blog para ouvir opniões dos mesmos.
Sem mais delongas, vamos ao texto.
Sexta-Feira
Todos ao meu redor estão olhando a toda hora para o relógio de parede que fica ao lado da porta de saída, todos menos eu. Não os culpo, afinal hoje é sexta-feira e qualquer ser pensante, que trabalhou como uma abelha operária a semana toda, está esperando pelo final de semana, todos menos eu. Enfim 18 e 30, hora de sair do inferno corporativo e cair num “inferninho” qualquer, arrumo minhas coisas sem pressa, desço os sete andares, dou boa noite ao porteiro do prédio onde trabalho e inicio uma caminhada, afinal, depois da nossa última briga o álcool fez o carro bater em um poste, que (in)felizmente não ceifou minha vida.
Quando isso tudo começou? Penso enquanto ando. Sim, porque antes, um ano e meio para ser mais exato, o que eu mais queria numa sexta à noite era chegar em casa e ver o lindo sorriso dela, abrir um bom vinho, ouvir um pouco de música bem baixinho e depois ir pra cama e amar como se fosse o último dia de nossas vidas. Depois de um tempo não havia mais vinho, nem música, ultimamente não existe nem mais sorriso e todos os dias são iguais e rezamos pra que seja o último de nós dois.
Abro a porta do apartamento e consigo até sentir o cheiro da tristeza que exala das, tão famosas, “quatro paredes”. Não a vejo na sala, vejo apenas a janela aberta, confesso que uma parte de mim pensa o pior, mas não, ela não é tão fraca assim, não a esse ponto, espero. Ela está na cozinha, de frente para o fogão, mas não está cozinhando, apenas parada ali, antes que falássemos algo uma gota de água se desprende da torneira e cai na pia, tão barulhenta quanto um trovão no silêncio, nosso silêncio. Tenho tantas coisas para dizer, mas talvez pelo excesso eu não saiba como começar a consertar as coisas, nem sei se conseguiria, acho que o cotidiano e os constantes embates, quase sempre por alguma besteira, já destruíram de mais a nossa relação. Ainda nos amamos, eu sei, mas acontece que já não nos suportamos mais. Nesse momento uma torrente de gotas caem da torneira, como lágrimas expressando a dor e o cansaço do ar pesado que respiramos.
Então ela diz, com uma voz quase que inaudível: “Você tem que consertar essa torneira”. Subitamente uma raiva cresce em mim e, pela primeira vez em anos, não a reprimo e exclamo: “Porra! Desde quando nosso diálogo se resumiu a merda da torneira?!” Minha mão cresce contra o aço inox do tubo e o arrebenta como quem enverga um arame fino e então uma cascata de água começa a jorrar tangenciando o teto. “Aonde nosso casamento foi parar?” insisto: “Onde estão os ‘eu te amo, meu amor’ e as juras de amor escritas com batom vermelho no espelho do banheiro? Aonde estão nossas almas ? Será que se cansaram de flertar com nossos corações ?”. Ela fita meus olhos cravejados de lágrimas e em seu rosto há um misto de medo, culpa e surpresa; seus olhos já imitam os meus. O buraco do cano aonde antes havia uma torneira cara agora jorra pingos cintilantes. Ela se aproxima de mim, me abraça forte e diz: “Olha amor, está chovendo, como na primeira vez que nos vimos e sentimos, “à primeira vista”, que havíamos nascido um para o outro... Eu te amo“.
Observações e agradecimentos: O título não tem nada a ver com meu dia de postar, quando eu escolhi eu nem me liguei que postava na sexta (visto que eu escrevi na quinta passada o texto). Esse primeiro "conto " serviu mais como um exercício, então eu pode ter alguns erros de coerência. Quando eu escrevi no papel ele ficou gigantesco então eu parei de escrever mas quando passei pro pc vi que ficou até pequeno, depois pretendo voltar no texto e acrescentar algumas coisas. Obrigado Ricardo por ter a paciência de revisar.
Espero que gostem.
Suficiente
Há 10 anos
maneiro maneiro, mas acho que ficou meio curto, queria ler mais dialogos
ResponderExcluirGostei, gostei =))
ResponderExcluirGosto especialmente dessa parte: "(...) antes que falássemos algo uma gota de água se desprende da torneira e cai na pia, tão barulhenta quanto um trovão no silêncio, nosso silêncio."
E o final é algo quase cinematográfico na minha cabela, haha.
Parabéns, cara.
Deve ser por isso que o Ruy não curte tanto meus textos, nunca têm diálogos! haha
Mal cara, não revisei, mal mesmo, desculpa, to te devendo muito, desculpa mesmo...
ResponderExcluirEu até o final do penultimo paragrafo e o ultimo eu iria comentar o seguinte: PERFEITO.
ResponderExcluirMas eu não gostei muito do final, não por causa da história em sim nem nada do desfecho, e sim porque eu achei mais interessante ela acabando triste, completamente triste, mas enfim eu achei muito, mas muito bom mesmo, e atéeee domingooo uhasuhsahu
eu fiquei com medo de não saber como criar um desfecho triste que ficasse legal, então resolvi não arriscar
ResponderExcluirPOrra souza! Isso é que é desfecho! Puta que me pariu! que texto foda, sério cara, adorei mesmo, muito gostoso de ler, senti como se meus olhos comessem uma torta alemã numa tarde chuvosa. Demais!
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