domingo, 1 de maio de 2011

Sol da minha vida(1)

Um grupo de melhores amigos, relembram o passado após 35 anos. Essa é uma de suas histórias.


Verão de algum ano bem feliz

Pelotinha era o gordinho do Nilton por isso o apelido e não por suas habilidades futebolisticas que por sinal eram...bem deixa pra lá. Um menino engraçado, guloso até demais, carismático, gostava de ajudar os outros.

Turco era o nome dado ao narigudo do Saraiva que só pensava em ver um rabo de saia e juntar dinheiro para pagar uma mulher para lhe mostrar os seios, embora um pouco tarado, ele tinha um coração de ouro, sabia a diferença entre o certo e o errado e concerteza era bom em qualquer esporte.

E eu sou o Denis, mais conhecido como Tictac, meu apelido era porque eu era muito esperto e quando ficava muito quieto provavelmente minha cabeça estava cheia idéias de aventuras. Qualquer problema que meu amigos tivesse provavelmente eu conseguiria com facilidade alcançar uma resposta.

Não éramos bem um grupo, na verdade um trio, e por sinal bem porreta!Não ligávamos para a inflação, não pensávamos em que profissão iamos nos formar. Só tinhamos disposição e olhos para as balas a carameladas da loja do seu Onofre, que por sinal até hoje ao pensar no melhor doce do mundo eu lembro do gosto, do cheiro dessa MARAVILHA DE OUTRO MUNDO!

Um belo dia estavamos sentados na porta da loja esperando por nada.Até que uma velhinha saiu da quitanda com uma bolsa de papelão cheia, mas incrivelmente cheia, nossos olhos não acreditavam no que viamos, era um estoque de balas a carameladas infinitas, começamos a suar de tão nervosos que estavamos ao ver aquilo. Ficamos observando a senhora se distanciar, até que uma um saco gigante de balas caiu de sua bolsa. Então corremos e ficamos em pé ao redor da sacola de doces observando. De tanto que o Pelota babava podia encher uma garrafa inteira de Grapete que poderiamos saborear junto aos doces. Quando Pelota foi pegar a bala o Turco segurou o braço dele e disse que não podiamos manter aquilo, que era algo errado. Então Turco pegou o saco e disse:

-TEMOS UMA AVENTURA RAPAZES!
-Devemos entregar todos esse ouro para a pobre senhora que apesar de ser pobre conseguiu esse dinheiro todo de uma forma honesta para comprar comida e xarope de morango ao seu filho gravemente doente, PRECISAMOS FAZER ISSO AGORA!

Então nós três juntamos ao mãos e falamos as palavras mágicas:
-Salaminho, Guaravita e Privada Enti(blup barulho de bolhas)

Amigos tive um plano disse eu.Segundo os meus cálculos ela deve ter entrado na primeira a esquerda e deve estar cruzando o parque para cortar o caminho.Então façamos o seguinte(cochichos cochichos cochichos).

Estávamos prontos para ação Pelota pegou a sua bicicleta toda afundada pelo seu peso e começou a contornar o parque com a bicicleta pela direita. Eu fui pela esquerda correndo para encontra-los do outro lado do parque.E o Turco seguiu pelo meio do parque, alias ele era o mais veloz e o único que podia passar rapidamente sem ser atacado pelos malditos pombos assassinos famintos e sem coração.

No meio do caminho Pelota parou umas duas vezes uma para comprar um cachorro quente e outra para comprar um garrafa de coca-cola. Turco conseguiu chegar ao final do parque e ficou esperando por nós, e ficou perplexo quando viu um grupo de meninas pulando corda perto dele e notou que uma delas era ruiva, o pobre do menino nem notou quando seu nariz começou a sangrar, mais alguns minutos e era morte certa!

Mas o caminho que eu peguei, sem dúvidas era o pior, enquanto eu corria adivinha quem eu encontrei, isso mesmo... a malvada da Bete, malditos podereses tele-cinéticos de atração, de tanto que prestei atenção, bati de cara em um poste, e ela começou a rir inocentemente, porém quando chegou perto de mim eu fiquei com medo de que ela fosse me soltar um feitiço onde meu rosto ficaria inxado para sempre e eu nunca mais conseguiria comer balar, ou que ela me passaria sapinho, então corri e voltei para o meu objetivo principal.

Ao chegar no ponto de encontro salvo o Turco de um provável derrame e vejo ao fundo o Pelota chegando ao fim do que parecia ter sido uma maratona de são silvestre embora ele apenas tenha andado 100 metros....E DE BICICLETA! Ele vinha apontando para o outro lado da rua mostrando a velha entrando em um prédio.Então nós três chegamos e batemos na porta. Por sorte a senhora não havia alcançado o elevador, senão seria o fim, nunca mais a veriamos.

Então nós três como lágrimas nos olhos entregamos o saco CHEIO de doces para a senhora. A senhora muito agradecida sorriu e disse o seguinte:

-Muito obrigado meus jovens, mas como agradecimento, podem ficar com essas balas e mais algumas.

Por alguns segundos creio que nossos corações pararam de bater, não podia ser, era Deus que havia entrado na nossa vida naquele dia, ouvimos tocar uma sinfônia angelical, ou seria um dos peidos do Pelota? Enfim ao agradecer a senhora agora batizada como Maria mãe de Alcaçuz saimos correndo e fomos para a casa da árvore que possuiamos no parque com nosso ESTOQUE INFINITO DE BALAS e começamos a comer as balas a carameladas do seu Onofre.

Lembro desse dia como se fosse ontem, nada com o que se preocupar, sem ter pelo que chorar, a não ser que o preço do sorvete tenha aumentado de novo.Que saudades daquele tempo.




obs: Esse texto foi feito com uma linguagem imprópria sim, isso para ser compatível ao texto que tem por ventura a vontade de se manter fiel ao inocente e básico, agradeço a inspiração que o Mário me deu.

E dedico esse texto a todos vocês que tiveram essa fase, que foi maravilhosa em minha vida. Espero que gostem.

5 comentários:

  1. Se eu pudesse clicava em muito bom 10 vezes.
    Adorei o texto, e a linguagem (já que você comentou no 'obs') está perfeita, a linguagem tem que se adaptar ao enunciado do texto, ao que você quer passar. Adorei a história e realmente espero que você poste mais histórias como essa, pois deixou um gostinho de querer mais aventuras, haha. E nessa idade (que passamos não tem muito tempo) o que não era uma aventura?

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  2. Muito bom cara, gostei mesmo. Deu até pra identificar certas características da gente, o que deixou o texto ainda mais envolvente. E já me deu algumas idéias também = )

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  3. huasuhsahuas qualquer coisa era aventura, isso que é bom, que eu posso escrever mil continuações huashusa

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  4. Porra! Muito bom! Genial! Isso me fez ficar com uma saudade dos textos que eu escrevia no Tá na hora de escrever que prendia a sala inteira quando eu contava as histórias! Ai ai, quando eu escrevia sem palavras bonitas e sem me preocupar com porra nenhuma. Sério, bteu um saudade enorme aqui agora. Vlw cara...

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  5. Já que você postou isso eu vou colocar aqui um dia o texto que escrevi que fez mais sucesso na quarta série entre os alunos B. Que enquanto o outro grupo estava na sala de artes nós estavamos lá no Tá na hora e vice-versa, mas foi muito legal a história e é uma aventura inocente criada na minha cabeça que por sua causa me deu vontade de mostrar para vocês..

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